Família aponta que governo russo demorou a entregar corpo do opositor, morto em 16 de fevereiro, para esconder marcas de agressões
Principal opositor do presidente russo Vladimir Putin, Alexei Navalny morreu em um presídio do Ártico no último dia 16 de fevereiro. Embora seu atestado de óbito aponte uma morte de causas naturais, seus aliados afirmam que ele foi assassinado pelo governo russo — algo negado veementemente pelo Kremlin.
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Rebatendo as constatações do governo russo, Kira Yarmysh, porta-voz de Navalny, afirmou que o opositor foi torturado por 3 dias na prisão, a pedido de Putin, antes de morrer. Em suas redes sociais, ele ainda atacou o líder do país:
Você não está lidando com um político, mas com um monstro sangrento".
Outro ponto debatido pelos apoiadores é que as autoridades demoraram para entregar o corpo do opositor de 47 anos; o que seria uma estratégia para esconder dos familiares possíveis vestígios de assassinato. Afinal, desde que o corpo foi enviado aos parentes de Alexei, não puderam ser confirmados sinais de violência.
Apesar da falta de confirmação, os Estados Unidos e a União Europeia culpam a gestão de Putin pela morte. O opositor teria sido assassinado, conforme declaram colegas, relatou o G1, para impedir uma suposta troca de prisioneiros — algo que não agradava o presidente russo.
Aliada de Navalny, Maria Pevchikh aponta que o opositor poderia ser trocado por um homem que cumpre prisão perpétua na Alemanha: Vadim Krasikov, que atuou como assassino do serviço de segurança russo (FSB).
O funeral e o enterro de Alexei Navalny está marcada para acontecer na próxima sexta-feira, 1º de março, em Moscou, disse Kira. A primeira cerimônia ocorrerá no cemitério Borisovskoye, já a despedida final em uma igreja no distrito de Maryino.
Lyudmila Navalnaya, mãe de Alexei, relatou que o governo russo só concordou em liberar o corpo do opositor caso a família se comprometesse a realizar um enterro privado; sem a presença do público.
Caso contrário, Navalny seria sepultado sem mesmo a presença de seus conhecidos. Além disso, seus aliados não encontraram um lugar que concordasse com que as pessoas prestassem homenagem ao falecido opositor.
Alguns lugares dizem que o espaço está ocupado, outros recusam a menção do nome 'Navalny'. Num lugar [ainda], fomos informados que as agências funerárias estavam proibidas de trabalhar conosco", finalizou Kira.
