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Notícias / Raio cósmico

Raio cósmico ultrapoderoso e de origem desconhecida intriga cientistas

Um grupo de cientistas identificou um raio cósmico extremamente poderoso que atingiu a Terra recentemente — e agora busca entender o fenômeno

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 24/11/2023, às 10h19

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Brilho gerado pelos raios cósmicos que atingem a Terra - Divulgação/NASA/JSC
Brilho gerado pelos raios cósmicos que atingem a Terra - Divulgação/NASA/JSC

Um grupo de cientistas identificou recentemente um dos raios cósmicos mais potentes já registrados atingindo a Terra, porém, permanece incerto o que o desencadeou ou de onde se originou. 

A partícula altamente energética, batizada com o nome da deusa japonesa Amaterasu, provém de uma região do universo onde pouco se sabe sobre sua existência, conforme apontam recentes pesquisas.

O portal Live Science explica que os raios cósmicos são partículas de alta energia, compostas principalmente por prótons ou núcleos de hélio, que estão presentes em todo o universo, atingindo até mesmo nossos corpos. Contudo, uma pequena fração desses raios cósmicos, atingindo a Terra aproximadamente uma vez por milha quadrada a cada ano, é acelerada a níveis de energia ainda mais extraordinários por alguns dos fenômenos mais intensos do cosmos.

Essas partículas, denominadas "raios cósmicos de ultra-alta energia," possuem pelo menos um exa-elétron-volt (EeV), equivalente a 1 quintilhão (1 seguido por 18 zeros) de elétron-volts, sendo cerca de um milhão de vezes mais energéticas do que as partículas mais rápidas produzidas em aceleradores de partículas humanos.

Os pesquisadores detectaram um desses raios cósmicos extraordinários em 21 de maio de 2021, a partir do projeto Telescope Array, um detector que cobre mais de 700 quilômetros quadrados em Utah. A partícula em questão possuía 244 EeV de energia, tornando-se o raio cósmico mais energético desde a partícula "Oh My God" (OMG) em 1991 – o mais poderoso já registrado, com uma energia de 320 EeV.

Estudo

Em um estudo publicado na revista Science neste dia 24 de novembro, pesquisadores da Universidade Metropolitana de Osaka (OMU) detalharam o recente raio cósmico, nomeando-o "Amaterasu" em homenagem à deusa do sol do xintoísmo, associada à criação do Japão.

Embora a direção de chegada do raio UHE aponte para um vazio cósmico desprovido de estruturas conhecidas, os cientistas permanecem incertos sobre sua origem exata. A possibilidade de ter sido desviado em nossa direção por campos magnéticos ao redor de objetos massivos é considerada, mas os raios cósmicos UHE são menos suscetíveis a desvios do que seus equivalentes menos energéticos.

A fonte desse raio cósmico de excepcional potência permanece desconhecida, com sugestões incluindo explosões de supernovas, fusões de buracos negros e pulsares. Contudo, os pesquisadores não descartam a possibilidade de uma "nova origem física além do Modelo Padrão [da física]" ou de um fenômeno astronômico desconhecido.