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Notícias / Arqueologia

Raio-x revela detalhes escondidos em antiga pintura do faraó Ramsés II

Método utilizado para mapear retrato de antigo faraó revelou mudanças feitas ao longo do tempo na pintura

Éric Moreira, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 15/07/2023, às 11h00 - Atualizado em 25/07/2023, às 18h04

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Estátua de Ramsés II no Templo de Luxor, no Egito - Foto por Mohammed Moussa pelo Wikimedia Commons
Estátua de Ramsés II no Templo de Luxor, no Egito - Foto por Mohammed Moussa pelo Wikimedia Commons

Ao longo da História, inúmeros achados arqueológicos relativos ao Egito Antigo foram encontrados, e seguem sendo feitas novas descobertas até hoje. Porém, mesmo depois de tantos anos e tecnologia empregada em buscas na região dos antigos faraós, foi só recentemente que pesquisadores descobriram que a técnica de raio-x pode revelar detalhes escondidos nas pinturas da época.

O estudo em questão fora elaborado por pesquisadores da Universidade Sorbonne, na França, e da Universidade de Liège, na Bélgica, e publicado no periódico PLOS ONE na última quarta-feira, 12. Liderados por Philippe Martinez, da instituição francesa, empregaram a técnica de visualização fluorescente de raio-X (XRF) para escanear uma antiga pintura do faraó Ramsés II, com mais de 3 mil anos.

O retrato, encontrado na tumba de um oficial chamado Nakhtamon, em uma necrópole em Luxor, no Egito, apresenta o faraó com uma barbicha, olhando para uma figura ao seu lado. Anteriormente, acreditava-se que a imagem seria de um Ramsés em luto pela morte do pai, o faraó Seti I, mas o novo estudo apresenta uma teoria diferente: ele estaria observando o deus Ptah, associado aos artesãos.

Pintura de Ramsés II encontrada na tumba de Nakhtamon
Pintura de Ramsés II encontrada na tumba de Nakhtamon / Crédito: Divulgação/Martinez et al

Alterações na obra

No entanto, o mais surpreendente do novo estudo teria sido descoberto após a análise de raio-x da pintura. Isso porque, conforme observado pelos pesquisadores, o pomo de adão do faraó foi retratado como sendo saliente, um detalhe até então nunca mostrado na arte egípcia. Mas a tecnologia indica que a saliência teria sido adicionada posteriormente, não sendo parte da pintura original.

Além disso, de acordo com a Revista Galileu, a análise de raio-x revelou Ramsés II teria sido retratado originalmente utilizando um colar shebyu, que consiste em "várias correntes de ouro volumosas formadas por gotas lenticulares largas e pesadas". E esse é o detalhe mais curioso: o acessório teria se popularizado somente na 20ª dinastia, entre 1.186 a.C. e 1.070 a.C., mas ainda não era utilizado na época do faraó.

Assim, o estudo sugere que a pintura teria sido feita originalmente durante a 20ª dinastia, décadas depois da morte de Ramsés II. Porém, os artistas do passado teriam percebido o erro e, por isso, fizeram uma correção: sobre o acessório, pintaram um colar wesekh, uma joia realmente utilizada no reinado de Ramsés.