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Notícias / Arqueologia

Raios cósmicos revelam sepultura de 2500 anos em necrópole da Grécia Antiga

Descoberta foi realizada debaixo das ruas de Nápoles, na Itália, usando uma nova técnica conhecida como "muografia"

Redação Publicado em 02/05/2023, às 17h39

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À esquerda, representação visual em 3D da sepultura encontrada, e à direita, um detector de emulsão nuclear a 18 metros abaixo do chão - Divulgação/Tioukov, V, et al. (2023)
À esquerda, representação visual em 3D da sepultura encontrada, e à direita, um detector de emulsão nuclear a 18 metros abaixo do chão - Divulgação/Tioukov, V, et al. (2023)

Usando raios cósmicos naturais e lasers, uma equipe de pesquisadores italianos e japoneses conseguiu encontrar, debaixo das ruas de Nápoles, na Itália, evidências da ocupação grega que precedeu os romanos na região e das catacumbas dos cristãos que viveram ali durante o período do Império Romano. 

Os pesquisadores já sabiam do sítio arqueológico grego que estava debaixo das ruas da cidade, mas não conseguiam acessá-lo. Agora, usando uma nova tecnologia de imagem, a muografia, os pesquisadores puderam usar a radiação natural do local para explorar o subterrâneo de Nápoles sem precisar escavar.

O período de ocupação grega e helenística da cidade durou entre os séculos 6 e 3 a.C., e dessa época sobraram, no subterrâneo da região, sepulturas para ricos, conhecidas como hipogeus. A maneira como eles encontraram essas antigas câmaras escondidas está descrita em detalhes no estudo científico publicado pela equipe no periódico Scientific Reports.

Muografia?

Para encontrar uma sepultura de cerca de 2.500 anos, os cientistas usaram tecnologias modernas, do século 21, como a muografia, que utiliza múons, partículas subatômicas parecidas com elétrons mas com uma massa muito maior, para examinar através de paredes. Essas partículas, produzidas pelos raios cósmicos da atmosfera da Terra, tem como propriedade a capacidade de facilmente penetrar superfícies sólidas, como pedra.

Para examinar o fluxo dos múons e traçar um mapa das superfícies subterrâneas pelas quais eles passaram, o estudo usou tecnologia de emulsão nuclear, usando um filme fotográfico supersensível que ajuda a capturar e visualizar o traçado percorrido pelas partículas de alta energia.

Para escanear a necrópole helenística, que está 33 metros abaixo da superfície, os pesquisadores precisaram posicionar mesas de emulsão nuclear em um porão do século 19, inicialmente usado para guardar presunto que estava sendo envelhecido, que chegava até 18 metros debaixo da superfície.

Infelizmente, a muografia tem suas limitações, e não conseguiu revelar o que há dentro do hipogeu encontrado, sem conseguir mostrar objetos menores que 10 centímetros. Então, como o físico Valeri Tioukov explicou ao site LiveScience, detalhes do que pode haver dentro da tumba, como ossos, não puderam ser elucidados.