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Notícias / Abuso

Relatório aponta que 600 crianças sofreram abuso em arquidiocese dos EUA

Ao longo de décadas, centenas de crianças foram vítimas de abuso na arquidiocese de Baltimore, nos EUA

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 06/04/2023, às 14h21

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Imagem ilustrativa - Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
Imagem ilustrativa - Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Foi divulgado nesta quarta-feira, 5, um relatório acusando a arquidiocese de Baltimore, nos Estados Unidos, de "cumplicidade" nos abusos sexuais de mais de 150 clérigos católicos contra 600 crianças durante um período de mais de 60 anos, que se estendeu dos anos 1940 até 2002.

O documento detalha como sacerdotes, diáconos, professores e seminaristas, frequentemente se aproveitaram da confiança dos pais e da comunidade para cometer "abusos horríveis e repetidos".

O grande número de abusadores e vítimas, a depravação da conduta dos abusadores e a frequência com que se deu aos abusadores conhecidos a oportunidade de seguirem abusando das crianças é inacreditável", diz o documento que, embora seja oficial, não constitui uma acusação.

De acordo com a agência de notícias AFP, o texto ainda destaca que a duração e o alcance "só foram possíveis graças à cumplicidade dos encarregados de dirigir a Igreja e proteger seus fiéis".

Segundo o documento, os líderes da arquidiocese "rejeitaram repetidamente os relatórios de abuso e demonstraram pouca ou nenhuma preocupação com as vítimas", além de que "não investigaram adequadamente as denúncias, nem fizeram nenhum esforço para identificar outras vítimas".

O estudo também afirma que os líderes religiosos "transferiam abusadores conhecidos para outros postos de mesma autoridade e acesso a crianças", e se concentraram "em garantir a qualquer custo que o abuso se mantivesse em sigilo".

Número real

De acordo com as autoridades, o número de vítimas real "é, certamente, muito maior", considerando que apenas uma pequena parte dos abusos é denunciada.

A investigação conduzida pelo gabinete do procurador-geral de Maryland se baseou em uma análise minuciosa de centenas de milhares de documentos e depoimentos de vítimas e testemunhas. Embora a maioria dos envolvidos tenha sido identificada, muitos já faleceram.

Após a divulgação do relatório, o arcebispo de Baltimore, William Lori, expressou suas "mais sinceras desculpas a todos os sobreviventes". Ele reconheceu que é difícil aceitar que atos tão maléficos tenham ocorrido, mas enfatizou que eles realmente aconteceram.

Lori assegurou que o "período condenável história da arquidiocese" não será esquecido e que, desde 1993, todas as denúncias de abuso são encaminhadas às autoridades competentes para que não ocorram novamente.