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Notícias / Arqueologia

Rosto de imperador chinês do século 6 é 'reconstruído' com base em DNA

A partir de DNA antigo, pesquisadores chineses reconstruíram aparência do Imperador Wu, da etnia Xianbei e líder de importante dinastia há 1,5 mil anos

Éric Moreira Publicado em 02/04/2024, às 12h09

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Ilustração do antiga do Imperador Wu - Domínio Público via Wikimedia Commons
Ilustração do antiga do Imperador Wu - Domínio Público via Wikimedia Commons

No fim de março, foi publicado no periódico Current Biology o resultado de um novo estudo desenvolvido na Universidade Fudan, da China, que buscava reconstruir em 3D a aparência de um importante líder dinástico da China Antiga: o Imperador Wu, líder da dinastia do norte de Zhou, há 1.500 anos.

Segundo a Galileu, a partir de amostras de DNA, os pesquisadores conseguiram descobrir que o líder morreu com apenas 36 anos, que tinha olhos castanhos, cabelo preto e pele morena, e pertencente à etnia Xianbei. Seus traços seriam relativamente semelhantes aos das pessoas nativas do nordeste e leste asiático atual.

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Nosso trabalho deu vida a figuras históricas. Anteriormente, as pessoas dependiam de registros históricos ou murais para imaginar como eram os povos antigos. Somos capazes de revelar diretamente a aparência do povo Xianbei", afirma em comunicadoPianpian Wei, coautor do estudo da Universidade Fudan.
Reconstrução facial do Imperador Wu / Crédito: Divulgação/Pianpian Wei

Vale mencionar que os Xianbei eram um antigo grupo nômade, que viveu onde hoje são a Mongólia e parte do norte e nordeste da China. Wu governou do ano 560 até 578, época esta em que liderou um exército tão poderoso que derrotou a dinastia Qi do Norte.

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Alguns estudiosos disseram que os Xianbei tinham aparência 'exótica', como barba espessa, nariz alto e cabelo amarelo", descreve outro coautor do estudo, Shaoqing Wen.

Imperador Wu

A tumba do Imperador Wu foi descoberta em 1996, na região nordeste da China. A reconstrução de sua aparência só foi possível agora, graças às novas técnicas de pesquisa de DNA, que permitiram a utilização do crânio incompleto restante e outros ossos para recriar seu rosto.

Embora tenha reinado gloriosamente, ele teve uma vida breve, morrendo com apenas 35 ou 36 anos. O novo estudo revelou que, aparentemente, ele sofria um risco bastante sério de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), além de que registros já o descreveram com afasia, pálpebras caídas e marcha anormal, o que pode se relacionar a um derrame.

Além do mais, também puderam descobrir, a partir de cruzamento de dados genéticos, que os Xianbei se uniram à etnia Han quando migraram do Sul para o Norte. "Essa é uma informação importante para compreender como os povos antigos se espalharam pela Eurásia e como se integraram com a população local", acrescenta, por fim, Shaoqing Wen.