A presença do garoto havia sido apagada da pintura em algum ponto de sua trajetória; entenda!
Redação Publicado em 22/08/2023, às 11h40 - Atualizado em 23/08/2023, às 09h46
Uma pintura do século 19 que faz parte do acervo do Museu Metropolitano de Arte de Nova York (MET) será exposta no local após passar por uma interessante restauração que não apenas corrigiu as cores desbotadas pela ação do tempo, mas também recolocou uma figura na composição.
O quadro, que se chama "Bélizaire e as crianças Frey" e teria sido pintado por Jacques Guillaume Lucein Amans, mostra, em seu plano principal, os três filhos de Frederick Frey, que era um banqueiro de New Orleans. Ao fundo, por sua vez, está Bélizaire, um menino negro de 15 anos que foi escravo da família rica. Ele teria sido encarregado de tomar conta do trio.
A obra de arte é interessante porque indica a proximidade que as crianças tinham do rapaz escravizado. Em algum ponto de sua trajetória, no entanto, a tela foi alterada de forma a esconder a existência do garoto.
O retrato de Frey mostra uma intimidade surpreendente entre os quatro, sugerindo que Bélizaire era um membro valioso da família, apesar de sua condição de escravo. Mas, em algum momento na virada do século, alguém pintou Bélizaire, não apenas apagando-o da história da família Frey, mas obscurecendo um raro exemplo da época de um retrato realista de uma pessoa escravizada", explicou o portal ArtNet.
Na recente restauração, por sua vez, a pintura foi retornada ao seu conceito original, que é repleto de elementos curiosos, conforme apontado pela curadora Elizabeth Kornhauser, que trabalha no MET:
"Com grande habilidade, [Jacques Guillaume LuceinAmans] revelou as nuances da tensão racial da época na composição, retratando Bélizaire, de quinze anos, perdido em pensamentos e sutilmente separado dos filhos de seu escravizador branco", concluiu ela.
