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Notícias / Arqueologia

Tolerância à lactose teria sido uma vantagem evolutiva na Idade do Bronze

Cientistas elaboraram hipótese para a mutação ter se espalhado tão rápido na Europa

Ingredi Brunato Publicado em 05/09/2020, às 12h34

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Fotografia do local de escavações. - Divulgação/ Stefan Sauer/ Tollense Valley Project
Fotografia do local de escavações. - Divulgação/ Stefan Sauer/ Tollense Valley Project

Em um estudo recente publicado na Current Biology, cientistas revelam que a tolerância à lactose se espalhou pela Europa muito mais rápido que outras evoluções da espécie humana. A conclusão se deu após análises do DNA presente em ossos de pessoas que viveram na Idade do Bronze. 

Os esqueletos pertenceram à soldados que lutaram nas imensas batalhas que aconteciam nas margens do rio Tollense - território que é hoje na Alemanha - há mais de três mil anos atrás. Foram nessas ossadas que os especialistas buscaram vestígios da enzima lactase, cuja presença permite à maior parte da humanidade hoje digerir leite de vaca. 

Fotografia tirada no local da escavação. Crédito: Divulgação/ Stefan Sauer/ Tollense Valley Project

Uma grande descoberta do estudo foi que um a cada oito guerreiros da Idade do Bronze já possuíam a variação genética que lhes permitia quebrar a lactose. Ainda segundo a pesquisa, apenas 2 mil anos após as batalhas próximas do rio Tollense, 60% dos indivíduos já eram capazes de beber leite na idade adulta. Essa porcentagem surpreende pois já é próxima da encontrada na Europa hoje, que tem o índice entre 70% e 90%. 

Os pesquisadores explicam ainda que adquirir essa mutação impactou significativamente a habilidade de perpetuação da espécie dos povos da época: "Parece que, por simplesmente possuírem essa mudança genética, europeus do passado com habilidade de digerir lactose tinham seis vezes mais chance de ter filhos do que aqueles que não conseguiam digeri-la", explicou o especialista Krishna Veeramah, da Universidade Stony Brook, que participou do estudo.