A retirada da estátua de Catarina II faz parte do processo de 'desrussificação' do país, impulsionado pela guerra
Redação Publicado em 29/12/2022, às 15h13
Na manhã da última quarta-feira, 29, autoridades da cidade portuária de Odessa, na Ucrânia, iniciaram o processo de remoção da estátua que homenageia a antiga imperatriz da Rússia, Catarina, a Grande (1762-1796). A retirada da obra faz parte do processo de “desrussificação” ou “desimperialização” do país.
Segundo informações publicadas pelo jornal El País, devido ao aumento das tensões provocadas pelas invasões russas à Ucrânia, diversas ruas e praças estão sendo rebatizadas. Além disso, monumentos ligados à Rússia também estão sendo retirados ou modificados.
A decisão ocorreu após a realização de uma pesquisa online, feita pelo Conselho Municipal de Odessa, em que milhares de pessoas votaram a favor da remoção da estátua da imperatriz.
A estátua foi erguido pela primeira vez em 1900, sendo que, vinte anos depois, foi retirado pelas autoridades soviéticas. Em 2007, um empresário ucraniano decidiu restaurá-lo e solicitou às autoridades que ele fosse recolocado. Na época, a decisão atraiu críticas de alguns cidadãos.
Em outras ocasiões, a estrutura de Catarina foi vandalizada. Alguns manifestantes pintaram as palavras “à venda” e “Catarina = Putin” em tinta vermelha, enquanto outros colocaram um nó de forca em sua mão.
De acordo com um porta-voz da administração local, a imperatriz será levada para um museu de Odessa ou para uma praça na periferia da cidade, onde ficam outros monumentos dedicados ao imperialismo russo.
Apesar dos conflitos recentes entre os dois países terem acelerado o processo de “desrussificação”, esta não é uma questão recente, uma vez que teve início com o fim da União Soviética em 1991, juntamente com a anexação da Crimeia.
Os conflitos também afetam diretamente as questões culturais, como a remoção da estátua do poeta russo Alexander Pushkin, renomeação das ruas em homenagem a Tchaikovsky e o fim das músicas russas no rádio.
