Padrões estranhos em restos de luz do Big Bang podem significar que o universo pode ter a forma de uma grande rosquinha
Eduardo Lima, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 22/03/2023, às 16h22
Grande parte das evidências hoje apontam para a possibilidade do universo ter um formato plano, bem parecido com uma panqueca enorme de trilhões e trilhões de anos-luz de comprimento. Porém, uma nova pesquisa sugere uma nova ideia a se considerar: ainda nas analogias de comidas gostosas, o universo pode parecer uma super-rosquinha.
Padrões de luz estranhos encontrados em ecos do Big Bang podem fazer mais sentido se o universo tivesse uma forma mais complexa do que a ideia do plano, a mais aceita hoje, mas que, segundo a pesquisa publicada na base de dados arXiv, ainda não foi completamente testada. Segundo o site de divulgação científica LiveScience, isso abre caminhos para novas possibilidades de pensar o formato de tudo que existe.
Quando a expressão "plano" é usada na geometria, ela se refere ao comportamento de duas linhas paralelas, seguindo lado a lado de maneira infinita, sem nunca se encontrar. Por enquanto, todas as observações apontam para a probabilidade do universo ser assim, como um tampo de mesa. Até agora.
A radiação cósmica de fundo em micro-ondas, que é luz que foi lançada quando o universo tinha só 380 mil anos de idade, serve como uma das principais evidências da platitude universal, já que os cálculos que preveem o movimento desses raios de luz mostram que eles continuam agindo paralelamente, pelo menos na maior parte das ocasiões.
Porém, pense em um cilindro. As linhas que formam os círculos de base de um cilindro são paralelas uma a outra, mas se encontram. A forma é geometricamente plana, mas ela é topologicamente diferente, mudando de formato.
Uma topologia mais complexa do universo, como o formato de rosquinha, é a proposta do estudo desenvolvido por Yashar Akrami e toda uma equipe de cientistas, para tentar explicar anomalias estranhas com os feixes de luz da radiação cósmica de fundo em micro-ondas. Os especialistas sugeriram mais pesquisas sobre o assunto para chegar a conclusões cada vez mais próximas da realidade.
