Indenização se relaciona à morte de seis italianos nas mãos de tropas alemãs nazistas em meio à Segunda Guerra Mundial
Redação Publicado em 04/09/2023, às 08h43
Era outubro de 1943 quando, em meio a um mundo devastado pela Segunda Guerra Mundial, soldados nazistas começaram uma ocupação brutal no território da Itália, outrora aliada, na qual um chocante crime foi cometido: em uma encosta no sul do país, seis civis italianos foram enforcados por soldados alemães, como uma forma de punição coletiva pela morte de um soldado que buscava alimento. Só agora, 80 anos depois, que parentes das vítimas devem poder ter direito a indenizações sobre o ocorrido.
Alguns dos familiares dos homens vitimados pelos nazistas devem receber uma parcela dos 12 milhões de euros (R$ 64 milhões, na cotação atual) concedidos como compensação pelo trauma por um tribunal italiano. "Ainda lembramos do acontecido todos os anos. Ele não foi esquecido", conta o bisneto de Domenico Lancellotta, um dos mortos, Mauro Petrarca.
De acordo com o g1, a lei italiana prevê que, como praticamente todos as pessoas que eram vivas na época do crime brutal hoje já se encontram mortas, os danos devidos podem ser repassados para seus herdeiros. Com isso, Mauro Petrarca deve receber, pela tragédia, cerca de 130 mil euros (R$ 694 mil).
Embora os horrores cometidos pelos nazistas sejam, hoje, basicamente de responsabilidade da Alemanha, será a Itália a pagar a indenização, neste caso. Isso porque, em 1962, os germânicos assinaram um acordo que determinava que pagariam 40 milhões de marcos alemães aos italianos, e que esse valor cobriria os danos causados pelos nazistas ao Estado e a seus cidadãos.
Desde então, a Itália vem concedendo pensões a antigos perseguidos em meio à Segunda Guerra Mundial, mas com o porém de não ter oferecido, em momento algum, reparações por crimes de guerra. E o problema se torna ainda maior depois de saber que, conforme um estudo publicado pelo governo alemão em 2016, cerca de 22 mil italianos foram vítimas de crimes de guerra nazistas.
"Eles não olharam para os crimes de guerra e isso foi um erro. Talvez na época eles pensassem que todos haviam cometido crimes de guerra, não apenas a Alemanha, e não quisessem seguir esse caminho", explica o advogado Lucio Olivieri.
