Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / História

5 figuras históricas cujas doenças foram diagnosticadas após a morte

Governantes imponentes, artistas clássicos e ícones de resistência que entraram para nossos livros de História lidavam com condições que apenas seriam descobertas depois

Ingredi Brunato Publicado em 05/02/2023, às 15h00 - Atualizado em 14/04/2023, às 10h40

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Montagem mostrando rei George III, Abraham Lincoln e Harriet Tubman - Domínio Público
Montagem mostrando rei George III, Abraham Lincoln e Harriet Tubman - Domínio Público

Problemas de saúde afetam pessoas de todas as idades, nacionalidades, raças e classes sociais. Ninguém está imune, nem mesmo as pessoas em nossos livros de História — com a diferença que muitas dessas acabaram precisando viver com doenças que nem mesmo entendiam. 

Veja abaixo 5 figuras históricas que, após analisadas por especialistas com acesso aos conhecimentos modernos da medicina, foram diagnosticadas de forma póstuma com doenças. 

1. Júlio César

Pintura de Júlio César / Crédito: Domínio Público

O importante comandante romano ficou famoso por suas conquistas territoriais, por ter se tornado um ditador após ascender ao poder e por ter supostamente dito a frase "Até tu, Brutus?" ao ser assassinado por um grupo de senadores que queriam derrubá-lo (dentre eles, Brutus, que o imperador consideraria um amigo).

Um aspecto menos conhecido de sua vida, por outro lado, é que o oficial militar possuía crises de epilepsia, condição que causa convulsões.

Segundo informado pelo portal History Internacional, escritos deixados pelo filósofo Plutarco descrevem um possível ataque de epilepsia de Júlio César em que "seu corpo tremeu e alguns dos papéis que ele segurava caíram de suas mãos". 

Existem ainda outros documentos históricos que parecem confirmar os sintomas do imperador romano. Um fato interessante é que a civilização antiga já estava consciente da existência da condição, que era apelidada de "doença da queda". 


2. Michelangelo

Pintura representando Michelangelo / Crédito: Domínio Público

O talentoso escultor e pintor italiano renascentista deixou para trás um rico legado artístico que inclui não apenas os painéis de tirar o fôlego que adornam o teto da Capela Sistina, como também cerca de 200 esculturas. 

Durante o fim de sua vida, todavia, o artista teria sido abatido por uma doença que poderia afetar justamente seu instrumento de trabalho: as mãos. Um estudo britânico de 2016 chegou à conclusão que Michelangelo possuía artrite crônica, um quadro que leva ao enrijecimento das articulações. 

A descoberta teve como base, entre outras evidências, três representações do gênio renascentista quando ele estava na casa dos 60 anos — em todas, é possível ver protuberâncias em suas mãos. 

Apesar da intensa dor e também da perda de destreza provocada pela artrite, vale enfatizar que Michelangelo, que faleceu aos 88 anos, continuou trabalhando em suas obras até seus últimos dias. 


3. Rei George III 

Pintura de George III / Crédito: Domínio Público

Muitas conjecturas tentaram explicar os episódios de aparente insanidade do monarca que governava a Inglaterra quando os Estados Unidos conseguiram sua independência — fatores que o teriam levado a ficar conhecido como "o rei louco que perdeu a América".

Uma das hipóteses mais aceitas é que George III sofreria de porfiria, uma doença hereditária que provoca uma série de sintomas, como dores musculares, urina de cor avermelhada ou amarronzada e alucinações. Documentos da época, por sua vez, confirmariam que todos esses teriam sido experienciados pelo rei britânico. 

É importante mencionar, no entanto, que essa possibilidade foi colocada em questão por estudos mais recentes que encontraram semelhanças entre os comportamentos do governante e os episódios de mania apresentados por pessoas com transtorno bipolar. 


4. Abraham Lincoln

Fotografia de Abraham Lincoln / Crédito: Domínio Público

Ainda no tópico saúde mental, outro líder com sintomas de um problema psicológico seria o 16° presidente dos Estados Unidos, que era frequentemente descrito por seus contemporâneos como "melancólico".

"Nenhum elemento do caráter do Sr. Lincoln era tão marcante, óbvio e arraigado quanto sua misteriosa e profunda melancolia", teria afirmado, por exemplo, seu colega Henry Whitney, conforme repercutido pelo site The Atlantic. 

O político teria ainda pensado e falado sobre a ideia de tirar a própria vida desde a juventude, além de aparentar desânimo mesmo durante suas maiores conquistas profissionais. Assim, foi postumamente diagnosticado com depressão clínica. 


5. Harriet Tubman 

Fotografia de Harriet Tubman / Crédito: Domínio Público

Tida como uma das grandes figuras do movimento abolicionista, Harriet Tubman foi uma escravizada liberta que, através de arriscadas missões de resgate, conseguiu a liberdade para aproximadamente outros 300 escravizados nos Estados Unidos do século 19.

Um detalhe que torna sua trajetória de vida ainda mais admirável é que ela realizou tudo isso enquanto sofria de vários problemas de saúde, como intensas dores de cabeça, convulsões e narcolepsia (distúrbio que leva o paciente a repentinamente cair no sono várias vezes por dia), ainda de acordo com o History. 

É especulado que muitos desses sintomas teriam sido causados por um violento episódio em que Harriet foi atingida na cabeça por um objeto de chumbo que um capataz jogou contra outro escravizado. O impacto chegou a provocar rachaduras em seu crânio, de forma que a presença de sequelas permanentes não seriam uma surpresa.