Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

A breve vida de Maria Francisca de Bragança, a irmã não tão conhecida de Dom Pedro I

Filha de Dom João VI com Carlota Joaquina, ela se tornou esposa de um infante espanhol que reivindicaria o trono do reino

André Nogueira Publicado em 01/07/2020, às 11h44

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Maria Francisca em pintura oficial - Wikimedia Commons
Maria Francisca em pintura oficial - Wikimedia Commons

Em um momento em que o país deixava de ser o centro imperial do mundo e era cada vez mais subjugado pela Grã-Bretanha, as filhas de Dom João VI com a rainha Carlota Joaquina de Bourbon fora peças essenciais nas relações diplomáticas do Reino de Portugal com o restante da Europa.

A Espanha, com quem Portugal muito se dedicou a criar relações positivas (o que era difícil com a relação árdua que João e Carlota tinham), era o principal palco dos matrimônios arranjados da corte.

As três mulheres mais velhas do casal casaram-se com membros da alta cúpula da corte espanhola, sendo que Maria Isabel, a primeira filha, se tornou Rainha do país ao lado de Francisco VII. Já sua irmã, Maria Francisca Assis de Bragança, foi a primeira esposa do infante Carlos de Bourbon, um pretendente do trono e irmão de Francisco e sobrinho de Carlota.

Dona Maria Francisca era quinta filha de Dom João, e a terceira do sexo feminino. Seu nome completo era Maria Francisca de Assis da Maternidade Xavier de Paula e de Alcântara Antónia Joaquina Gonzaga Carlota Mónica Senhorinha Sotera e Caia. Ela nasceu no Palácio de Queluz em 1800, dois anos depois de seu irmão mais famoso, Dom Pedro I.

Pais de Maria Francisca / Crédito: Wikimedia Commons

Com apenas sete anos, fora obrigada a acompanhar a fuga criada pela invasão de Napoleão a Portugal, o que induziu as cortes portuguesas a migrarem para o Rio de Janeiro, capital da maior colônia lusitana. Embarcando em condições precárias, ela passou a viver e cresceu no Brasil.

Todavia, em meio à experiência dos portugueses no Brasil, Maria Francisca foi enviada para a Espanha com o objetivo de dar andamento as relações matrimoniais, assim como a irmã mais velha. Após negociações, ela foi pretendida ao infante Carlos de Bourbon,  e Isabel a Francisco VII.

Casou por procuração em 4 de setembro de 1816, tornando-se infanta da Espanha. Acabou se mudando para Madrid em setembro, casando-se pessoalmente numa cerimônia política e religiosa no dia 22 daquele mês, concluindo assim uma missão importante de aproximação da coroa portuguesa com o Reino da Espanha.

Com Carlos, Maria Francisca teve três filhos. Porém, com o tempo, o cenário da Espanha ficava estava cada vez mais conturbado, e a aliança política de Carlos de Bourbon, conhecida como carlismo, perdia poderes. O episódio ficou conhecido como um movimento tradicionalista, antiliberal e anticonstitucionalista que reivindicava o absolutismo na Espanha.

Dom Francisco VII morreu em 1833, num cenário em que em Portugal a disputa entre Dom Pedro e Dom Miguel acendia o debate do absolutismo na Europa. No ano seguinte, Miguel foi destituído, ao ser derrotado pelo irmão com a assinatura do Tratado da Convenção de Évora Monte (dando fim à Guerra Civil Portuguesa), o que prejudicou os conservadores, grupo do qual Francisca fazia parte.

Carlos de Bourbon / Crédito: Wikimedia Commons

Diante da morte de Francisco, sua filha, Isabel, foi declarada herdeira do trono, enquanto Carlos reivindicava plenos poderes por direito. Deixado de lado, o infante se declarou Carlos V, Rei da Espanha, dando início a uma guerra civil entre constitucionalistas e tradicionalistas. O que desencadeou o isolamento político de Francisca e seu exílio em 1833.

Ela, o marido, dona Maria Teresa e os filhos partiram para o exílio na Inglaterra, onde a aristocrata viveu seus últimos dias. Em menos de um ano, Maria Francisca adoeceu e morreu no vilarejo de Alverstoke, em Hampshire. Ela tinha apenas 34 anos.

Sem grande cerimônia, seu cadáver foi velado na capela principal daquele vilarejo, conhecida como Igreja de Saint Mary’s, sendo sepultada no local. Anos depois, seus restos foram levados para a cidade de Trieste, na Itália, onde o marido passou a morar, exilado.

Carlos morreu no exílio em Trieste, na época parte do Império Austro-húngaro, em 1855, e os herdeiros do irmão dominaram a política do Reino da Espanha, enquanto os liberais aliados a Pedro IV (o Iº no Brasil) mandavam em Portugal.


+ Saiba mais sobre a Família Imperial através das obras abaixo disponíveis na Amazon:

As barbas do Imperador, de Lilia Moritz Schwarcz - https://amzn.to/2Qkj7Xk

O Castelo de Papel: Uma história de Isabel de Bragança, princesa imperial do Brasil, e Gastão de Orléans, conde d’Eu, de Mary del Priore - https://amzn.to/2NPEY7z

O reino que não era deste mundo: Crônica de uma República Não Proclamada, de Marcos Costa - https://amzn.to/2XczYga

Princesa Isabel do Brasil, de Roderick J. Barman - https://amzn.to/33WS8Fv

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/3b6Kk7du