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Matérias / Personagem

A infância perdida Sophia Loren, ícone de Hollywood, durante a Segunda Guerra

A mulher, que enfrentou os dias caóticos do conflito na Itália, tornou-se um dos nomes mais conhecidos do cinema

Nicoli Raveli Publicado em 26/04/2020, às 09h00

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Atriz e cantora Sophia Loren - Divulgação
Atriz e cantora Sophia Loren - Divulgação

A atriz e cantora Sophia Loren é conhecida por seu desempenho em grandes filmes dos anos 1950, década em que ela se dedicou a carreira de artista e tornou-se um dos nomes mais conhecidos de Hollywood.

Entretanto, sua trajetória conturbada é pouco conhecida: a menina, que nasceu em Roma, chegou até mesmo a enfrentar os dias caóticos durante a Segunda Guerra Mundial.

A infância de Sophia

Filha de uma professora de piano e de um engenheiro civil, a família Scicolone era grande, uma vez que Romilda e Riccardo tiveram outra filha além de Sophia, Maria. Além disso, as duas garotas tinham dois meios irmãos, já que Giuliano e Giuseppe eram frutos do primeiro relacionamento do pai.

Todavia, Riccardo era um homem agressivo e abandonou sua família a fim de viver com a amante. Como consequência, o ano de 1942 foi terrível para Romilda e suas duas filhas. Ela era a única responsável pelo sustento do lar. Além disso, as garotas passaram pelo sofrimento do abandono paterno.

A jovem artista Sophia Loren / Crédito: Divulgação

Foi quando a mulher decidiu deixar Roma no passado e seguiu a caminho da cidade de Pozzuoli, na Itália, acompanhada das filhas. Assim, todas passaram a morar com Luísa, avó das crianças.

O conflito mundial foi marcado pela ascensão da Alemanha nazista. Dessa maneira, diversas cidades sofreram com bombardeios diários, inclusive Pozzuoli. Em um dos ataques, Sophia e sua família correram para se esconder num abrigo, porém, antes de chegar ao local, Loren foi ferida por um estilhaço em seu queixo.

Sophia Loren, um dos nomes mais famosos do cinema americano / Crédito: Divulgação 

Devido o grande número de bombardeios, Luísa e sua família foram para Nápoles, e lá acabaram sendo acolhidas por outros parentes. "Como esperado, a signora Mattia não pulou de alegria quando a prima Luísa e a família de refugiados da opressão nazista apareceram na porta de seu apartamento pequeno, mas ela não ela recusou a presença dos familiares”, afirmou Warren G. Harris, autor do livro Sophia Loren: uma biografia.

De acordo com o escritor, esse não foi o fim do sofrimento da família. Mattia, que havia concordado em providenciar hospedagem, não oferecia muito mais que um teto. Devido a escassez de alimentos, os proprietários afirmaram que não tinham comida para todos. Dessa maneira, a avô, filha e netas teriam que comprar os próprios alimentos, isso se tivessem sorte de encontrá-lo.

"Diante de um número tão grande de pessoas carentes e desesperadas, a família de Sofia passou a maior parte do tempo procurando comida, ou pelo menos os adultos”, escreveu Harris.

Não obstante, Luisa suspeitava que seu primo pudesse ter uma súbita mudança de opinião e decidir trancar a família no apartamento. Para evitar isso, Sofia e sua irmã, Maria, sempre foram deixadas para trás enquanto as outras saíam.

“No período de permanência, a experiência das irmãs em Nápoles seria limitada ao que podiam observar da pequena varanda do quarto. Se tivessem sorte, sua mãe ou um dos outros parentes chegaria em casa com um saco de arroz ou batata que poderia ser esticado nas refeições de uma semana”.

Em setembro de 1942, Sophia completou nove anos em meio à luta pela sobrevivência. Poucas semanas depois, a situação piorou a partir dos atentados que se concentraram na cidade. Eles também destruíram o sistema de água e esgoto, fazendo com que a única maneira de obter água fosse através de tempestades. Além disso, os cidadãos enfrentavam outro problema constante: a febre tifoide.

“Sofia nunca a pegou, mas Maria o fez. Quando a irmã estava ardendo em febre, a mãe não conseguiu encontrar água para beber, então ela finalmente correu para a rua e drenou um pouco do radiador de um caminhão do exército alemão estacionado a algumas ruas distantes”, relatou Harris.

Sophia Loren em foto publicitária / Crédito: Divulgação 

Poucos dias depois, os alemães passaram a destruir tudo o que encontravam pela frente e plantavam bombas-relógio e minas a fim de matar os inimigos. Entretanto, seus mantimentos não eliminavam somente o exército dos Aliados, mas também a população de Nápoles.

"O mercado negro estava apreendendo suprimentos, deixando a região de Nápoles, bombardeada e decadente, uma fossa fervilhante de pessoas pobres, famintas e sem-teto que fariam qualquer coisa apenas para permanecerem vivas”.

Em 1944, Sophia completou dez anos. De acordo com Dora, tia da menina, sua infância tinha sido perdida. “Quando voltamos a Pozzuoli, a experiência a havia mudado”.

A carreira da atriz

Sophia deu os primeiros passos como artista em 1950, aos 15 anos. Ela interpretou diversos papéis menores até que, em 1956, foi contratada pela Paramount Pictures. A partir de então, a mulher atuou em diversos filmes de sucesso, como Orgulho e Paixão, de 1957, e Começou em Nápoles, de 1960.

 Sophia Loren atualmente / Crédito: Divulgação 

Dois anos depois, Loren foi premiada com o Oscar de Melhor Atriz por sua participação no filme Duas Mulheres que, mais tarde, resultou no prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes e o New York Film Critics Circle Awards.

No entanto, sua carreira chegou no auge em 1964, diante da estreia do filme A Queda do Império Romano. Além disso, a atriz já recebeu o David di Donatello Awards de Melhor Atriz, um Grammy Award, cinco Globos de Ouro e um Oscar Honorário em 1991.

Já em 1999, Shopia foi intitulada como uma das 25 maiores lendas femininas do cinema. Entretanto, a artista deixou sua carreira de lado para dedicar mais tempo a sua família. Dessa maneira, suas últimas participações foram em Grumpier Old Men, de 1995, Nine, de 2009 e La Voce Umana, de 2014. Atualmente, ela mora em uma mansão localizada em Genebra, na Suíça.


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