Em 30 de março, pesquisadores publicaram um estudo no Journal of Vertebrate Paleontology comunicando a descoberta de uma nova espécie de dinossauro que viveu na América do Sul
Giovanna Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 18/04/2021, às 09h00
Uma nova espécie de dinossauro foi encontrada no sul da Argentina recentemente. A descoberta impressionante se deu no mês de março, quando uma equipe de cientistas que escavava na região da Patagônia encontrou um impressionante fóssil, batizado de Llukalkan aliocranianus. Segundo a BBC, conhecido como 'aquele que causa medo', seu nome vem da língua nativa mapuche.
Conforme divulgado por especialistas, o animal, que habitou o continente sul-americano há 85 milhões de anos, era carnívoro e, muito provavelmente, um forte e temível predador de seu tempo.
Após a descoberta, que se deu nas proximidades da Formação Bajo de la Carpa, no depósito La Invernada, um artigo comunicando as novidades paleontológicas foi apresentado. O estudo foi publicado no dia 30 de março, uma terça-feira, na renomada revista científica Journal of Vertebrate Paleontology, mantida pela Universidade de Oklahoma.
Segundo a pesquisa liderada por Federico Gianechini, paleontólogo da Universidade Nacional de San Luis, a espécie tinha pernas, braços e dedos muito curtos, assim como um Tiranossauro rex, porém com um porte bem menor que o já bem conhecido gigante. Muito provavelmente, o Llukalkan aliocranianus, se locomovia de maneira vertical sobre os membros posteriores.
A estimativa é que a espécie, com seus 5 metros de comprimento, pesava aproximadamente entre uma e cinco toneladas.
Além disso, outra importante característica que deve ser observada é que o dinossauro tinha pequenos chifres em sua cabeça.
Segundo explicou Gianechini à agência Reuters, a espécie descoberta tinha uma audição muito boa, bem melhor do que outros dinossauros de sua mesma família, abelisaurídeos, em razão de uma estrutura tomada pelo ar presente no ouvido médio. Tal particularidade seria um fator importantíssimo que daria ao Llukalkan aliocranianus a possibilidade de ser um excelente caçador.
Perto do animal, os paleontólogos ainda encontraram um segundo fóssil, pertencente a outro carnívoro, o Viavenator exxoni. Contudo, segundo Gianechini, seria extremamente difícil encontrar dois abelisaurídeos juntos.
Por isso, os cientistas responsáveis pela pesquisa acreditam que a família continuava se adaptando mesmo pouco antes da extinção dos dinossauros.
"O Llukalkan era um pouco menor do que Viavenator. Se viveram juntos, certamente compartilhavam o mesmo nicho ecológico e se alimentavam das mesmas presas. Então, podem ter competido entre si e, por que não, até comido um ao outro", disse Gianechini à Reuters.
"Esta descoberta também sugere que provavelmente existem mais abelisaurídeos ainda não encontrados, por isso continuaremos procurando outras espécies e buscando uma melhor compreensão da relação entre os [abelisaurídeos] furilesauros", diz o estudo.
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