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Matérias / Nazismo

A 'besta de Auschwitz': Os horrores cometidos por Maria Mandel

Explosiva e violenta, Mandel achava qualquer pretexto para agredir os prisioneiros dos campos em que trabalhou. “Nos espancava impiedosamente até que ela não pudesse mais levantar o braço"

Fabio Previdelli Publicado em 31/01/2021, às 09h00

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Maria Mandel, a Besta de Auschwitz - Wikimedia Commons
Maria Mandel, a Besta de Auschwitz - Wikimedia Commons

Na história dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra, poucos agentes foram tão cruéis e impiedosos quanto Maria Mandel. Implacável, ela foi responsável pelos mais diversos caprichos violentos que uma funcionária dos complexos poderia ter.  

Com sua mão pesada e seu temperamento explosivo, Mandel abusou de sua agressividade e de seu lado sádico para subir nas hierarquias dos vários campos de concentração nazista até ganhar o título de guarda-chefe. Não à toa, ganhou o apelido de “A Besta”.  

Voluntariado nazista 

Nascida na Áustria, em 1912, ela se mudou para Munique quando seu país foi anexado pelos nazistas em 1938. Por lá, estava no primeiro grupo de mulheres que se voluntariou para trabalhar nos campos de concentração.  

A nazista Maria Mandel / Crédito: Wikimedia Commons

Com isso, passou a desempenhar o papel de Aufseherin, ou guarda feminina, em Lichtenberg, um dos primeiros campos nazistas — e o primeiro a ser usado exclusivamente para prisioneiras. Por lá, trabalhou cerca de um ano ao lado de outras 50 mulheres.  

Posteriormente, foi transferida até o recém-inaugurado campo de Ravensbrück, construído especialmente para mulheres. Por lá, acabou se juntando oficialmente ao partido nazista, em 1941, sendo rapidamente promovida a Oberaufseherin, ou guarda chefe, depois de mostrar um entusiasmo inicial pelo trabalho. Sua brutalidade a distinguia de outras trabalhadoras. 

Sua predileção por usar violência física para manter a ordem nos campos deixou um grande impacto na vida daqueles que sobreviveram. No livro “Irma Grese — ‘The Beast of Belsen' & Other Twisted Female Guards of Concentration Camps”, a sobrevivente do Holocausto Lina Haag narra como as presidiárias de Lichtenberg eram espancadas por Maria.  

Segundo Lina, as prisioneiras eram despidas e amarradas em postes de madeira, onde Mandel “nos espancava impiedosamente até que ela não pudesse mais levantar o braço”.  

Já em “Ravensbruck: Life and Death in Hitler’s Concentration Camp for Women”, conforme relata o All That Interesting, outra prisioneira relata como Maria e sua colega de guarda, Dorothea Binz, “preferiam bater nas pessoas em vez de deixar outra pessoa fazer isso”.  

Além disso, ela também sempre estava encontrando motivos para bater selvagemente nas presas. Um de seus pretextos favoritos era de procurar mulheres com cabelos cacheados, o que ia contra o regulamento do campo.  

Quando achava uma mecha sequer mais encaracolada, ela chutava tal pessoa e batia com sua cabeça no chão. Em dias em que seu humor estava mais ácido, 'A Besta' raspava as cabeças dessas mulheres e lhes faziam desfilar pelo campo com uma placa presa no pescoço com os dizeres: “Eu quebrei as regras e enrolei meu cabelo”. 

'Sofisticada'

Apesar de sua sede insaciável por sangue, Mandel era descrita como inteligente e sofisticada. Amante da boa literatura e da cozinha, se destacava ainda mais por seu gosto musical. Uma de suas prisioneiras, certa vez, relatou ter escutado “a mais bela música” quando Maria tocava um piano “perdida em seu mundo próprio — em êxtase”. 

Mulheres e crianças judias sendo encaminhadas até as câmaras de gás / Crédito: Wikimedia Commons

Quando foi enviada para trabalhar em Auschwitz II – Birkenau, ela satisfez seu amor pela música clássica criando a Orquestra Feminina de Auschwitz, que consistia em músicos internos que muitas vezes eram poupados da câmara de gás. 

Heinrich Himmler era considerado um grande admirador da orquestra de Mandel e o sádico Dr. Josef Mengele teria chorado por algumas de suas músicas. 

A queda 

Quando Maria assumiu como SS-Lagerführerin de Auschwitz — também conhecida como a líder do campo — ela tinha controle total sobre as prisioneiras e os subordinados. Além de distribuir punições, 'A Besta' era responsável por escolher quais prisioneiros seriam enviados para as câmaras de gás. Durante seu tempo por lá, enviou cerca de 500.000 pessoas para a morte. 

Mandel sentia um prazer selvagem em seu trabalho de selecionar mulheres, especialmente crianças, para ser asfixiadas. Em “The Beast of Belsen”, sobreviventes contam como às vezes ela escolhia prisioneiros como “animais de estimação” e os fazia trabalhar para ela pessoalmente, apenas para enviá-los para serem assassinados assim que se cansasse deles. 

Entretanto, a era de terror de Maria Mandel chegou ao fim quando os Aliados avançaram pela Alemanha. Em 1945, ela foi capturada pelas forças americanas após tentar fugir para a Baviera. Assim, finalmente foi responsabilizada por seus crimes no julgamento de Auschwitz, na Cracóvia, em 1947. 

Maria Mandel surante su julgamento / Crédito: Wikimedia Commons

Maria Mandel foi declarada criminosa de guerra por seu papel na tortura e assassinato de incontáveis prisioneiros. 'A Besta' foi executada aos 36 anos, por enforcamento, em 24 de janeiro de 1948.


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