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Matérias / Personagem

Biden propõe mais nacionalização

Vivemos no Brasil, no passado, um ciclo de substituição de importações, um processo que levou ao aumento da produção industrial e a diminuição das nossas importações

Vivaldo José Breternitz Publicado em 04/08/2021, às 11h05

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Joe Biden - Getty Images
Joe Biden - Getty Images

Vigorou aqui também a Política Nacional de Informática, que visava estimular o desenvolvimento da indústria de informática pelo estabelecimento de uma reserva de mercado para as empresas de capital nacional.

Essas medidas tinham certa lógica, mas acabaram sendo abandonadas, com a abertura de nosso mercado aos produtos importados, sob a alegação de que, precisando concorrer, nossas empresas iriam se modernizar e situações de quase monopólio mantidas por determinados grupos econômicos, deixariam de existir, beneficiando o país como um todo, o que também tinha uma certa lógica.

Situações como essas se reproduziram em diversos países, inclusive nos Estados Unidos, tido como a pátria do liberalismo econômico. Algumas consequências positivas advieram da adoção dessa nova postura, mas que também gerou o enfraquecimento das indústrias desse país e do Brasil, que não tem conseguido concorrer com produtos vindos da China e do Japão, principalmente.

Agora, o presidente Joe Biden propôs uma nova regra que aumentaria o índice de nacionalização dos produtos vendidos ao governo americano, que iria de 55% para 60% imediatamente e aumentaria gradualmente até 75%.

Biden disse que o governo americano possui cerca de 600.000 veículos, e que poucas de suas peças são feitas no país. Isso também se aplica a outros bens que o governo compra, embora o Buy American Act exija que "substancialmente todas" as peças dos itens vendidos ao governo dos Estados Unidos sejam feitas no mercado interno, regra que não vem sendo cumprida de forma estrita.

Crédito: Getty Images

A mudança proposta por Biden, também criaria uma fiscalização mais rígida, exigindo que os fabricantes entrem em detalhes sobre quais peças foram feitas nos Estados Unidos, em vez de simplesmente declarar que o produto atende ao índice de nacionalização exigido. As regras visam aumentar empregos, criando incentivos mais fortes para fabricar produtos no país.

Biden disse que a fabricação de veículos e outros produtos nos Estados Unidos está sendo prejudicada pela falta de microprocessadores e também está pressionando para que fabricantes desses produtos da Coréia do Sul e Taiwan abram fábricas nos EUA, de forma a evitar interrupções na cadeia de fornecimento de chips para outras indústrias americanas, inclusive da área de defesa.

Pode-se questionar essas medidas quanto aos seus aspectos técnicos, mas pelo menos mostra a disposição de Biden de lutar pelos interesses de seu país, ao contrário do que acontece com as lideranças brasileiras, que tem se preocupado apenas em fomentar a polarização, de forma a garantir a realização dos seus projetos pessoais, em um ambiente de corrupção generalizada.


Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.

Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.