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Matérias / Linha Direta

Caso Eduardo: Confira o tema do novo episódio do Linha Direta

Eduardo tinha apenas 10 anos quando foi atingido por policiais militares na porta de sua casa, no Complexo do Alemão; caso é tema do Linha Direta

Fotografia de Eduardo de Jesus Ferreira - Arquivo Pessoal
Fotografia de Eduardo de Jesus Ferreira - Arquivo Pessoal

Nesta quinta-feira, 20, o novo episódio do Linha Direta — que será exibido às 23h15 na TV Globo — acompanha um dos casos de maior revolta do Complexo do Alemão da última década: a morte do menino Eduardo de Jesus.

Morador do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, Eduardo faleceu em abril de 2015, após ter sido baleado por policiais militares. No entanto, o caso segue sem solução, e ainda é razão para angústia dos familiares nove anos depois. 

Pedro Bial, apresentador do Linha Direta / Crédito: Divulgação/TV Globo

O caso

Eduardo de Jesus Ferreira tinha apenas 10 anos quando foi atingido na cabeça por um tiro de fuzil. Ele morreu na mesma hora na porta de sua casa. O disparo que matou o garoto, porém, partiu de uma arma utilizada por policiais militares. Eles afirmaram que, naquele momento, lidavam com um confronto, contudo, vale destacar que essa hipótese foi descartada após investigações.

Era dia 2 de abril de 2015 quando Terezinha Maria de Jesus, mãe de Eduardo, ouviu um grito. Ela, então, correu, mas não chegou a tempo de socorrer o filho. Desde então, busca justiça para que os responsáveis pela tragédia sejam responsabilizados.

Vale mencionar que após a morte de Eduardo, o Ministério Público do Estado (MPRJ) até chegou a apresentar uma denúncia contra um policial militar, mas a Justiça acabou negando. Assim, o caso segue sem um desfecho.

Terezinha Maria de Jesus, mãe de Eduardo / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube/@boasnovasbrasil

Disputa

Nos últimos nove anos, Terezinha buscou novas testemunhas sobre o caso, reuniu mais provas e até conseguiu um advogado disposto a ajudar. "Eu venho lutando há mais de oito anos, eu não tive luto. Estou tendo a luta e só vou descansar quando eu vir essa justiça feita. Vou provar o que aconteceu com o meu filho, que a polícia chegou, matou o meu filho, e ficou por isso", relatou a mãe à Justiça, segundo o G1.

Agora, o que a família de Eduardo aguarda é que o MPRJ reveja as novas provas e depoimentos coletados, para que o caso seja desarquivado.

Conforme relatado pelo advogado João Pedro Accioly, ao G1, "foram indícios de fraudes nas investigações e a reunião de provas novas, entre elas 43 vídeos inéditos, testemunhas que nunca foram ouvidas, que deixam claro que a atuação da Polícia Civil e do Ministério Público foi deficiente nesse caso".

Passados oito anos da morte do menino Eduardo, quase tanto tempo que o Estado do Rio de Janeiro deixou que ele vivesse, porque ele foi morto com apenas dez anos de idade, não há nenhum culpado, nenhuma responsabilização criminal, e esse processo está na estaca zero", disse Accioly.

Ação policial

Os vídeos mencionados foram gravados pelos próprios moradores do Complexo do Alemão após a morte de Eduardo. No entanto, o que levou o caso a ser arquivado mesmo com as evidências foi que a defesa declarou que os policiais agiam em legítima defesa — ignorando os depoimentos como agentes recolhendo cápsulas de balas do chão ou alterando a cena do crime.

A perícia feita pela Polícia Civil atestou que não houve qualquer indício de confronto naquele dia para justificar legítima defesa ou as declarações dos policiais militares. Porém, a Delegacia de Homicídios baseou-se apenas na versão dos agentes Rafael de Freitas e Marcus Vinicius Bevitori, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Alemão.

Neste caso, o promotor decidiu denunciar Rafael de Freitas pelos disparos. Porém, a denúncia era imprecisa. "Ofereceu uma denúncia de apenas duas páginas com uma tese que apontava o soldado Rafael de Freitas como o responsável por ter iniciado os disparos, e assim o denunciava por homicídios na hipótese de que ele poderia ter induzido a erro qualquer um dos demais integrantes da guarnição. Essa denúncia, de tão atécnica, foi considerada inépta pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O que significa isso? Que a denúncia era muito ruim", disse o advogado. 

Assim, em vez de recorrer no caso, determinar a abertura de um novo inquérito ou oferecer uma nova denúncia, a denúncia foi apenas arquivada, e o caso ficou sem solução. Como consequência, nenhum dos responsáveis pelos disparos foi a julgamento.

Segundo informações recentes divulgadas pela Polícia Militar, Rafael de Freitas e Marcus Vinivius Bevitori seguem trabalhando normalmente — visto que sequer foram indiciados —, mas o Ministério Público do Rio de Janeiro analisa o pedido para desarquivamento do caso.