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Matérias / Personagem

Celibato, pintura e discurso de ódio: A vida de Hitler, antes do Reich, em 10 fatos

Neste dia, em 1945, morria a figura que encabeçou um dos mais trágicos momentos da humanidade

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 30/04/2021, às 09h42

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Pintura do livro "Adolf Hitler - Fotos da vida do líder" - Getty Images
Pintura do livro "Adolf Hitler - Fotos da vida do líder" - Getty Images

Adolf Hitler tinha 44 anos de idade quando assumiu o posto de Chanceler de uma Alemanha borbulhando com antissemitismo. 

Era então 1933, a apenas seis anos da Segunda Guerra. Embora boa parte das cicatrizes deixadas pelo ditador genocida na História tenham ocorrido depois dessa data, vale lembrar que o austríaco já havia vivido quatro décadas àquele ponto, de forma que havia tido diversas experiências não relacionadas com seu período liderando o Partido Nazista

É dessa porção inicial da vida de Hitler que iremos falar nessa matéria — os acontecimentos que vieram antes dele se tornar responsável por algumas das ações mais devastadoras da época da Segunda Guerra Mundial. 

1. Fracasso acadêmico 

Um fato menos conhecido a respeito do líder nazista é que, a despeito dele ter sido excelente conduzindo multidões, sendo capaz de proferir discursos convincentes a respeito de suas ideologias perturbadoras, nunca terminou seus estudos. 

Segundo relatado pelo historiador alemão Volker Ullrich em sua obra “Adolf Hitler Vol. 1 – Os Anos de Ascensão, 1889-1939”, quando criança, o jovem Hitler tendia a se sair bem na escola, tirando notas boas, porém isso mudou quando entrou no segundo grau. 

Fotografia de Adolf quando tinha nove ou dez anos / Crédito: Wikimedia Commons

A queda de seu rendimento eventualmente terminou por fazê-lo abandonar o colégio, e a falta de um diploma ainda o levou a ser recusado pela universidade local quando tentou prestar um exame de admissão. 

2. Perda da mãe 

As dificuldades enfrentadas por Adolf nessa época, entretanto, não se limitaram à área acadêmica de sua vida. Isso porque, quando tinha apenas 18 anos, se tornou órfão. 

Seu pai, considerado um homem severo (como a maioria das figuras paternas da época), havia morrido alguns anos antes, porém foi à perda da mãe para o câncer de mama que abalou o austríaco. 

Imagem mostrando mãe de Hitler / Crédito: Wikimedia Commons

Também de acordo com o livro de Ullrich, o médico que tratou a mãe do futuro ditador — que, aliás, era judeu — fez uma anotação em que dizia “Em meus quase 40 anos de atividade, nunca vi um jovem tão indescritivelmente triste e arrasado como o jovem Adolf Hitler”. 

3. Morador de rua 

O rapaz que se tornaria o Führer viveu boa parte de seus anos como jovem adulto em Viena, capital da Áustria. A princípio, a junção de sua pensão de órfão, a herança materna e a ajuda financeira concedida por uma tia foram o suficiente para lhe permitir viver como bem queria, sem precisar preocupar-se em trabalhar. 

Quando a tia de Hitler faleceu, porém, o bem-bom chegou ao fim, e ele acabou até mesmo vivendo nas ruas por algum tempo. O futuro nazista só foi capaz de superar sua situação precária quando começou a pintar cartões-postais de Viena, o que gerou dinheiro suficiente para que vivesse em um pensionato masculino.  

4. Dons artísticos 

Como já mencionado, o jovem Adolf tinha habilidade suficiente com pintura para fazer alguma grana. Foi talvez por isso que, ainda segundo o historiador Ullrich, ele acabou passando uma porção considerável de sua vida investindo tempo e esforço em uma possível carreira de artista. Infelizmente, ela nunca se concretizou. 

Pintura feita por Hitler em 1914 / Crédito: Wikimedia Commons

Isso pois, a despeito das telas pintadas pelo futuro ditador terem sido relativamente rentáveis, Hitler apenas não era talentoso o bastante para criar um nome no meio artístico. Caso fosse, talvez os livros de História trouxessem uma narrativa diferente hoje. 

5. Antes dos horrores

O médico que tratou o câncer de sua mãe não foi o único judeu por quem o austríaco nutriu simpatia (afinal, foi crucial para sua família). Quando morou no pensionato, conheceu vários outros seguidores da religião judaica, sem nunca demonstrar qualquer hostilidade, pelo que foi relatado pelo livro “Adolf Hitler Vol. 1 – Os Anos de Ascensão, 1889-1939”. 

Inclusive, os donos da uma loja de artes para quem o rapaz vendia seus quadros eram, também, judeus. O ódio pelo grupo teria, assim, surgido mais tarde. 

6. Discurso de ódio

O antissemitismo desenvolvido por Hitler não foi um caso isolado, que simplesmente manifestou-se de forma espontânea. Na época, era notável a disseminação do discurso de ódio direcionado à comunidade judaica, que era inclusive propagado por figuras públicas. 

Uma dessas figuras era Georg von Schörener, um pensador que pregava a ideia de juntar os povos de origem germânica sob um único Estado e foi justamente uma das grandes inspirações do futuro líder nazista. Sua influência sobre Adolf foi atestada pelo próprio em seu livro autobiográfico, o “Minha Luta”. 

7. Celibato autoimposto 

Um dos exemplos de como o jovem Hitler seguia as ideias de Schörener possivelmente pode ser encontrado em seu comportamento pouco dado a interações sexuais, em corrente contrária à maioria dos jovens vienenses. 

Segundo Ullrich, isso deve-se ao fato do ídolo de Adolf defender que manter-se virgem até os 25 anos serviria para fortalecer o corpo e a mente. Não se sabe exatamente se o austríaco cumpriu essa meta plenamente, porém é uma alternativa provável. 

8. Mensageiro de guerra 

Fotografia de Hitler quando era soldado / Crédito: Wikimedia Commons

Aos 24, o nazista em formação mudou-se para Munique. Foi nessa época que a realidade de seu fracasso como pintor começou a atingi-lo de vez, e, segundo o historiador alemão, esse foi um dos motivos que levou Hitler a passar boa parte de seus dias trancado no quarto durante esse período. 

Um fato é que, apesar do futuro Führer ter tido suas expectativas de virar artista frustradas, sua atuação na Primeira Guerra Mundial até que foi positiva: embora ele tenha ganhado uma ocupação que o expunha a riscos diariamente, que era a de levar as mensagens dos comandantes até os soldados do front, Adolf conseguiu sair do conflito vivo, algo que nem todos os soldados alemães não podiam dizer. 

Segundo uma reportagem de 2018 da AFP, a Alemanha teve 2 milhões de baixas na Primeira Guerra, um número superior ao de nações como o Reino Unido, a França e a Áustria-Hungria. 

9. Jogando a culpa para os judeus

Ainda de acordo com a biografia referente ao início da vida de Hitler, a derrota na guerra acabou tornando a sociedade alemã ainda mais antissemita do que era previamente.

Alguém precisava receber a culpa do fracasso. É sempre mais fácil jogar a responsabilidade nos ombros do outro. Infelizmente para os judeus, naquele momento eles haviam se tornado “o outro”, com a Alemanha rapidamente esquecendo os vários seguidores da religião que lutaram e morreram pelo país durante as batalhas. 

10. O começo do ódio

Foi no pós-guerra que Adolf decidiu fazer uma mudança no curso da sua vida, e envolver-se com outro tipo de arte: a da política, em que o austríaco se descobriria muito mais talentoso do que na outra.

Achou sua verdadeira vocação, afinal: não era tão bom quanto gostaria manipulando tintas, mas era incrível manipulando palavras. Foi assim que Hitler passou de artista sem futuro para político em ascensão responsável por um dos mais tristes capítulos da História.


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