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Matérias / Europa

A coletivização de terras durante a era Stalin

A prática consistia em transformar fazendas individuais em coletivas

Paola Orlovas, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 20/02/2022, às 08h00

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Camponeses russos durante o período de coletivização - Museu Estatal de História Política da Rússia / russiainphoto.ru
Camponeses russos durante o período de coletivização - Museu Estatal de História Política da Rússia / russiainphoto.ru

Durante o final da década de 1920, a Rússia, que já havia passado por uma revolução, passou por um processo de modernização e de industrialização.

Até então, o país era altamente rural, ao contrário das outras potências europeias, e por isso teve que se reinventar para poder sustentar o novo estado soviético, que teria que se desenvolver economicamente para continuar existindo. 

Para que houvesse o desenvolvimento econômico e para que a crise agrícola que se alastrava pelo território socialista fosse solucionada, a União Soviética precisou buscar por novas saídas, e a escolhida foi a coletivização de terras. 

O processo da coletivização trouxe diversas reformas que mudaram o setor agrícola do país, e a partir de 1927, as terras individuais e a mão de obra particular deixaram de ser incentivadas.

O foco do governo era tornar as fazendas coletivas, que, segundo o Russia Beyond, eram propriedades chamadas de kolkhozes. Nelas, trabalhadores não tinham salário, e recebiam apenas parte do que haviam produzido, o que era feito para que pudessem cobrir as necessidades de suas famílias e de si mesmos.

As autoridades soviéticas, na época, pensavam que a coletivização das terras fosse aumentar a produção de alimentos, portanto, a oferta deles para a recém-formada e crescente população urbana, o que era um objetivo importante, devido a industrialização simultânea do país: com trabalhadores de fábricas morando nas cidades, as cidades precisavam ter uma quantidade maior de comida acessível. 

'O Ano da Grande Ruptura'

A coletivização das terras do país, no entanto, só se tornou um processo de grande escala durante o ano de 1929, quando Josef Stalin publicou seu artigo chamado “O Ano da Grande Ruptura”, onde confirmou que, para ele, a criação de kolkhozes e a industrialização eram as únicas formas de modernizar o país.

As terras coletivas passaram a fazer parte, então, da propaganda stalinista, onde as pessoas poderiam ser vistas trabalhando juntas em um ambiente harmônico.

Mas, as kolkhozes, na verdade, trariam consigo práticas que viriam a prejudicar os camponeses, como o confisco de alimentos, como pão e carne, e a presença do exército soviético no campo para reprimir possíveis revoltas.

Além disso, tradições acabavam sendo esquecidas durante o processo, já que aqueles que trabalhavam no campo deixaram de ter interesse naquilo que era produzido.

Crise

Os anos iniciais da coletivização, ainda de acordo com o Russia Beyond, foram catastróficos. Entre 1932 e 1933, a Rússia passou por uma crise alastrada por uma grande fome, e oito milhões de pessoas acabaram morrendo.

Aqueles que trabalhavam nessas terras, até a década de 1970, não tinham direito a um passaporte: os chamados kolkhósniks, então, não conseguiam se mudar para a cidade, e tinham que permanecer nas fazendas onde trabalhavam. 

A parte dos camponeses que conseguiu se mudar para os centros urbanos acabou tendo um destino vastamente diferente, já que passou a fazer parte do processo de industrialização das cidades, e não voltou para as terras que mantinham antes disso. 

A coletivização das terras acabou sendo importante, no entanto, durante o início da Segunda Guerra Mundial, período em que o Estado foi capaz de assumir o controle do setor agrícola e da distribuição dos mantimentos.