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Matérias / Papado

Conheça 10 fatos sobre a vida do papa João Paulo II, morto há 14 anos

Conciliador de conflitos, devoto da Virgem Maria e sobrevivente de três atentados, João Paulo II completa hoje 14 anos de falecimento

Joseane Pereira Publicado em 02/04/2019, às 11h19

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João Paulo II - Getty Images
João Paulo II - Getty Images

Considerado um dos líderes mais influentes do século XX, o papa João Paulo II, que faleceu no dia 2 de abril de 2005, foi o sumo pontífice da Igreja Católica durante 26 anos e o primeiro papa não italiano em mais de 400 anos.

Durante sua trajetória à frente da Igreja Católica, lidou com a invasão Nazista de seu país de origem, concluiu uma jornada acadêmica e foi um conciliador de conflitos internacionais.

Relembre10 curiosidades sobre a vida de João Paulo II:

Reprodução

1. Quando novo, lidou com a dor da perda

Karol Jósef Wojtlya nasceu em 18 de maio de 1920 em Wadowice, cidade com menos de vinte mil habitantes ao sul da Polônia, sendo o mais novo de três filhos. Sua irmã Olga havia falecido antes dele nascer e sua mãe, Emilia Kaczorowska, faleceu quando Wojtlya tinha apenas 8 anos. Seu irmão mais velho, o médico Edmundo, morreu quando ele tinha 12 anos e seu pai Karol Wojtyla, suboficial do exército, sucumbiu por um ataque cardíaco quando ele tinha 21 anos. "Eu não estive presente na morte de minha mãe, nem na do meu irmão e nem na do meu pai", disse o papa, refletindo sobre essa época quarenta anos depois."Aos vinte, eu já tinha perdido todos os que amava".

2. Sua universidade foi fechada por tropas nazistas

Durante a invasão alemã da Polônia, em 1939, judeus e líderes culturais, incluindo professores e padres, foram mortos ou deportados para campos de concentração. Wojtlya e seu pai se juntaram a um grupo que fugia para o leste, retornando após notícias de que a Rússia também havia invadido seu país. O futuro papa continuou clandestinamente seus estudos de poesia e teatro, escrevendo peças nacionalistas e se juntou a um grupo de resistência que pretendia preservar a cultura polonesa. Nessa época, também foi apresentado no ministério da Igreja local a um religioso carmelita, que acreditava que a libertação poderia ser obtida através de uma "espiritualidade de abandono".

3. Se disfarçou de clérigo para fugir do Nazismo

Sofrendo a tensão constante de invasão das tropas nazistas, Wojtlya trabalhou por dois anos em uma fábrica de produtos químicos, enquanto frequentava os clubes de estudos clandestinos e seminários ilegais dirigidos pelo cardeal arcebispo da Cracóvia. Passou o restante da II Guerra disfarçado de clérigo no palácio do arcebispo, após escapar por pouco de um grupo de homens nazistas, que consideravam os eslavos como inferiores. Anos depois, o papa lembrou que testemunhar os horrores nazistas, incluindo o assassinato de muitos padres, mostrou-lhe o real significado do sacerdócio.

4. Tinha espiritualidade Mariana

Convencido de que a Igreja poderia melhorar o mundo, Wojtlya tomou a decisão de se juntar ao sacerdócio com 22 anos. Sua espiritualidade foi profundamente marcada pelo “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís de Montfort, que ele considera uma obra de eficiência extraordinária. Segundo suas próprias palavras, “eu próprio, nos anos da minha juventude, tirei grandes benefícios da leitura deste livro, no qual encontrei a resposta às minhas perplexidades devidas ao receio que o culto a Maria, dilatando-se excessivamente, acabasse por comprometer a supremacia do culto devido a Cristo". Tal espiritualidade se resume a uma servidão ao amor testemunhado a partir do vínculo com a Virgem Maria. 

5. Concluiu dois doutorados

Ordenado padre aos 26 anos, Wojtlya vai estudar na Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino, em Roma, local onde viveria grande parte de sua vida. Na Universidade obtém a licenciatura em Teologia e, posteriormente, seu primeiro doutorado com a tese A Doutrina da Fé segundo São João da Cruz.

Em 1954 obtém doutorado em Filosofia, desta vez pela Universidade Católica de Lublin, na Polônia, com uma tese intitulada “Avaliação da possibilidade de fundar uma ética católica sobre a base do sistema ético de Max Scheler”. Alguns anos depois de terminar sua segunda tese, é nomeado à posição de bispo-auxiliar de Cracóvia pelo papa Pio XII.

6. Criou a Jornada Mundial da Juventude

Durante sua trajetória como papa João Paulo II, nome que escolheu em homenagem a João Paulo I -- que faleceu 33 dias após ser nomeado --, o sumo pontífice demonstrou grande amor pelos jovens. Isso o impulsionou a iniciar em 1985 as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e, nas 19 edições celebradas ao longo de seu pontificado, foram reunidos milhões de jovens de todo o mundo.

Com duração de uma semana, as Jornadas Mundiais da Juventude reúne milhões de jovens católicos com o objetivo de construir pontes de amizade e esperança entre continentes, povos e culturas, em alguma cidade escolhida pelo papa. Em 2013, a JMJ foi realizada no Rio de Janeiro, no Brasil, e reuniu cerca de 3 milhões de jovens.

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7. Sobreviveu a mais de um atentado

Em 13 de maio de 1981, o sumo pontífice foi baleado na Praça de São Pedro, quando entrava para discursar, pelo perito atirador turco Mehmet Al Agca, que era membro do grupo militante fascista Lobos Cinzentos. Passando por cinco horas de cirurgia, o papa instruiu os médicos para não remover seu escapulário de Nossa Senhora do Carmo durante a operação. Posteriormente, afirmou que Nossa Senhora o ajudou a se manter vivo durante todo o seu calvário.

Outros dois atentados também são registrados: em 12 de maio de 1982, em Fátima, Portugal, onde o papa havia ido para agradecer por sua vida depois do atentado do ano anterior, um sacerdote tentou apunhalá-lo com uma faca, mas foi detido a poucos metros. Por fim, terroristas muçulmanos tentaram explodir o avião no qual o papa viajava durante sua visita às Filipinas, projeto que foi descoberto pelas autoridades do país.

8. Foi um grande diplomata

Seu pontificado de quase 27 anos foi o terceiro mais longo da história. Como parte de seu esforço para promover um diálogo entre as nações e religiões do mundo, ele empreendeu inúmeras viagens ao exterior, estendendo influências para além da igreja ao fazer campanha contra a opressão política e críticas ao materialismo. Para o desgosto de alguns norte-americanos, João Paulo II usou sua visita aos EUA para expressar sérios desacordos com o Ocidente e com a exploração capitalista das nações ricas sobre as pobres.

João Paulo II também emitiu desculpas sem precedentes para grupos historicamente prejudicados por católicos, principalmente judeus e muçulmanos. Seu nacionalismo polonês e sua ênfase no ativismo político não-violento ajudaram movimentos comunistas na Polônia em 1980, e contribuíram para uma dissolução mais pacífica da União Soviética em 1991. 

Visita a Havana, Cuba, em 1998 / Reprodução

9. Após sua morte, foi proclamado "santo súbito"

Sua beatificação foi a mais rápida da modernidade. João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005 devido aos males da doença de Parkinson, aos 84 anos. No dia 28 do mesmo mês, o papa Bento XVI dispensou o tempo regular de cinco anos de espera para iniciar a beatificação e canonização.

O registro foi aberto oficialmente pelo Cardeal Camillo Ruini, vigário geral da Diocese de Roma, em 28 de junho de 2005, entretanto, sua beatificação efetiva ocorreu em 1º de maio de 2011 pelo papa Bento XVI, e o papa Francisco o canonizou em 27 de abril de 2014.

10. No dia 22 de outubro, a Igreja Católica celebra seu dia

A data foi estabelecida pelo papa Francisco por simbolizar o dia em que Karol Wojtyla celebrou sua primeira missa como Pontífice, em 1978, iniciando seu pontificado. Desta forma, a memória de João Paulo II ficou definitivamente marcada na história.