Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Elie Wiesel

Elie Wiesel, a testemunha ocular do Holocausto

Através dos livros, Wiesel compartilhou o que vivenciou durante o Holocausto

Marcio Pitliuk* Publicado em 04/07/2023, às 17h31 - Atualizado em 11/10/2023, às 19h57

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Elie Wiesel - John Mathew Smith & celebrity-photos
Elie Wiesel - John Mathew Smith & celebrity-photos

Antes de ganhar o prêmio Nobel, os húngaros diziam que ele era romeno e os romenos diziam que ele era húngaro. Nasceu em Sighet, na Transilvânia, território romeno que durante a Segunda Guerra, por decisão de Hitler, se tornou Hungria. Uma espécie de prêmio para o governo húngaro ter se aliado aos nazistas. Como Elie Wiesel era judeu, nenhum dos dois países fazia questão de tê-lo como cidadão, até que ganhou o Nobel da Paz e os dois países disputaram sua cidadania.

Em março de 1944, Sighet foi a primeira cidade da Hungria a iniciar as deportações para Auschwitz-Birkenau. A família Wiesel estava num dos vagões de gado. Elie tinha 15 anos quando se tornou escravo dos alemães. Apenas duas das três irmãs sobreviveram. Seus pais também foram mortos pelos alemães.

Silêncio

Depois da guerra, foi morar na França. Durante 10 anos ficou em silêncio sobre o que viu e viveu durante o Holocausto, até que o escritor francês, François Mauriac, o convenceu a falar. Decidiu escrever, para a felicidade da humanidade que através dos seus livros aprendeu sobre a Shoah. O primeiro livro foi “A noite”, onde descreveu o que passou nas mãos dos nazistas em Auschwitz, Birkenau, Monowitz e Buchenwald. O livro foi um sucesso, traduzido em dezenas de países e teve milhões de leitores.

Não parou mais de escrever, foram mais de 40 livros, e de falar, em palestras pelo mundo todo. Passou a ser um grande ativista sobre os direitos humanos. Foi convidado pelo presidente americano Jimmy Carter para dirigir uma comissão que cuidaria da memória do Holocausto e sugeriu que fizessem um museu, construído em Whashington D.C, um dos melhores museus do Holocausto.

Sua luta pelos direitos humanos o levou a receber centenas de honrarias em todo o mundo, como a Medalha Presidencial pela Liberdade, Medalha de Ouro do Congresso Americano, Medalha da Liberdade, Grand-Croix da Legião de Honra da França, e o prêmio Nobel da Paz, em 1986.

Busto homenageia Elie Wiesel /Crédito: Wallpaper Flare

Talvez sua frase mais famosa seja a que está colocada num dos prédios de Auschwitz: Esquecer as vítimas é matá-las duas vezes. Essa frase resume seu trabalho. Não deixar que o Holocausto seja esquecido e divulgar o que aconteceu, em respeito aos seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas.


Marcio Pitliuk é escritor, autor dos livros O engenheiro da Morte e A Alpinista. É professor e palestrante do StandWithUs-Brasil, instituição que trabalha para lembrar e conscientizar sobre o antissemitismo e o Holocausto, de maneira a usar suas lições para gerar reflexões sobre questões atuais.