Do avanço da tecnologia ao impacto da superpopulação, crianças revelaram sua visão do futuro: 'Pessoas serão consideradas mais estatísticas do que seres humanos'
por Fabio Previdelli
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Publicado em 04/02/2024, às 10h00 - Atualizado em 10/02/2024, às 11h08
Imaginar o futuro nunca é uma tarefa fácil. O avanço da tecnologia pode nos oferecer uma vida melhor, ao mesmo tempo que pode ser usada para a destruição. Algumas doenças serão erradicadas, porém outras surgirão. A população será mais qualificada, mas os empregos exigirão uma demanda maior e uma jornada de trabalho mais cansativa. Enfim…
Algumas coisas parecem certeiras, outras são jogadas a imprevisibilidade do destino. Mas como será que as gerações passadas imaginaram o que seria o mundo em que vivemos hoje? Nosso presente está tão distante assim do futuro de quem esteve no passado?
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Em 1966, o canal britânico BBC entrevistou alunos das escolas Roedean, Chippenham e do Marlborough college, perguntando uma simples questão: como elas imaginavam que seria a vida nos anos 2000. As respostas, que fazem parte do especial "Tomorrow’s World" ('O Mundo de Amanhã', em tradução livre), podem ser curiosas. Confira!
O primeiro garoto que aparece em um vídeo que viralizou nas redes sociais fala sobre a exploração espacial. Vale ressaltar que, naquela época, o primeiro homem ainda não havia nem mesmo pisado na Lua, algo que só aconteceria três anos depois.
"Bem, nos anos 2000, acho que provavelmente estarei em uma nave rumo à Lua ditando ordens a robôs", afirmou o garoto sem saber que, no futuro, doze missões Apollo existiriam, com astronautas caminhando pelo solo lunar.
Outra entrevistada pelo programa, uma estudante, fala sobre a automação do mercado de trabalho. "Os computadores estão tomando conta de tudo. Computadores e automação. E no ano de 2000 não restarão empregos suficientes. Os únicos empregos restantes serão para pessoas de QI alto que sabem mexer no computador e coisas do tipo".
Eu acho que as pessoas serão consideradas mais como estatísticas do que como seres humanos", diz mais um.
Uma estudante faz uma reflexão sobre a superpopulação do planeta, e como isso gera um problema cada vez maior de moradia. "Pessoas não poderão viver em casas comuns, porque elas ocupam muito espaço, terão que viver em apartamentos. Empilhados uns sobre os outros e as moradias serão pequenas".
Atualmente, o mundo possui mais de oito bilhões de pessoas. Segundo dados da ONU, de 2023, sendo que 2,8 bilhões delas experimentam algum tipo de inadequação habitacional ao redor do mundo. Enquanto a Housing and Lands Rights Network (HLRN) diz que mais de 150 milhões de pessoas vivem em situação sem-teto permanente.
O clima do planeta é outro assunto pensado por um estudante — embora o vilão para tal preocupação não seja tão real assim. "Todos os Sputniks e coisas enviadas ao espaço começam a interferir com o clima e acho que o nível do mar pode subir e cobrir parte da Inglaterra, restando apenas ilhas".
Acho que [o mundo] será muito mais eficiente. Haverá mais curas para doenças e menos pessoas ficarão doentes", disse outra estudante com uma visão mais otimista.
Para finalizar, o segundo aluno entrevistado faz uma das previsões mais assustadoras e precisas sobre o futuro da indústria alimentícia mundial.
"Animais, como os daqui — ovelhas, vacas e gados — serão mantidos em armazéns e não poderão ficar nos pastos. Eles serão mantidos todos juntos em construções, todos em uma grande construção, e alimentados artificialmente para que fiquem maiores e gerem mais alimento".
