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Matérias / Xuxa

Embargado pela Justiça: A história do parque aquático da Xuxa

Com lançamento previsto para 1999 no litoral paulista, o projeto nunca saiu do papel, mesmo após protestos da população

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 12/03/2023, às 12h00

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Fotografia registra tendas de construção do Xuxa Water Park - Divulgação / Facebook / Imagem e Memória de Itanhaém / Luciano Netto
Fotografia registra tendas de construção do Xuxa Water Park - Divulgação / Facebook / Imagem e Memória de Itanhaém / Luciano Netto

No ano de 1998, a apresentadora Xuxa Meneghel figurava a programação da TV Globo com uma das atrações maior audiência, o ‘Planeta Xuxa’, que naquele ano havia sido transferido para as tardes de domingo. Foi também em 1998 que ela celebrou o êxito da primeira filha, Sasha, recebendo ampla cobertura pela imprensa de celebridades no país.

Em meio ao sucesso midiático, ela apostava associar seu nome com um ambicioso projeto, desta vez na esfera do lazer; nos intervalos da programação da emissora carioca, surgia os anúncios do Xuxa Water Park, gravado no parque da NBGS no Texas, nos Estados Unidos, prometendo brinquedos idênticos a serem instalados no Brasil.

Tratava-se do parque aquático da apresentadora infantil, cujos direitos para usar seu prestigiado nome fora licenciado pela Empresa Brasileira de Parques (Embraparques), na época em que a loira era uma das sócias, como apontou a Agência Estado. No anúncio, até mesmo passaportes antecipados eram oferecidos a famílias que quisessem apostar na empreitada, de maneira a se tornarem frequentadores fixos.

De acordo com a Folha de Londrina, a primeira etapa do projeto tinha previsão de conclusão em julho do ano seguinte e estava orçada em US$ 50 milhões. No entanto, o principal empecilho seria a localidade; o projeto seria instalado em uma área total de 582 km² em Itanhaém, no litoral de São Paulo, apenas 28 quilômetros da praia, chamando atenção do Ibama.

Embargo da Justiça

As tendas do parque estavam localizadas ao lado de uma mata densa. Mesmo assim, ainda contou com a confiança local, vendendo 8 mil propriedades do parque.

A confiança não foi a mesma do Ministério Público que, com a orientação do Ibama, identificou que o projeto original previa o desmatamento de 400 hectares de mata atlântica fechada, ameaçando aproximadamente 30 espécies de animais, naturais da região, de extinção — resultando em Ação Civil, que teve ganho de causa.

Em agosto de 1999, o juiz João de Vincenzo, da 12ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, decidiu por anular a licença ambiental que havia sido permitida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, avaliando a concessão como ilegal devido ao propósito classificado como "tão acentuadamente agressivo" ao meio ambiente, ainda destacando a "ilegalidade".

Ao Estadão, o então prefeito de Itanhaém, João Carrasco, enalteceu que protestos de cidadãos locais não conseguiram reverter a situação: "Só tenho que lamentar essa decisão da Justiça, porque o projeto de instalação do Parque da Xuxa é viável e de grande representatividade para a região, já que proporcionaria 3 mil empregos diretos e 6 mil indiretos".