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Matérias / Pablo Esocbar

Como foi a morte de Pablo Escobar, há 29 anos

Em 2 de dezembro de 1993, há exatos 29 anos, Pablo Escobar era morto a tiros em Medellín. Mas quem é o responsável pelo ato?

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 02/12/2022, às 00h00 - Atualizado em 15/12/2022, às 17h08

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Pablo Escobar era morto há 29 anos - Backgroung: Reprodução de manchete do Daily News com modificações e Polícia Nacional da Colômbia
Pablo Escobar era morto há 29 anos - Backgroung: Reprodução de manchete do Daily News com modificações e Polícia Nacional da Colômbia

“Prefiro ter um túmulo na Colômbia do que uma cela nos Estados Unidos”, dizia Pablo Escobar, o narcotraficante mais rico e poderoso que o mundo já viu. O ‘desejo’, de fato, se confirmou em 2 de dezembro de 1993, há exatos 29 anos, quando El Patrón foi morto em Medellín, na Colômbia. 

Descoberto no bairro Los Olivos, um cerco foi armado contra uma das figuras mais controversas dos anos 1990. Tentando fugir pelos telhados, Escobar foi alvo de uma saraivada de tiros, sendo atingido na perna, tronco e com um disparo fatal na orelha. Mas quem o matou? 

El Bloque de Búsqueda?

Em 1989, Pablo Escobar já estava no radar das autoridades colombianas. Naquele ano, El Patrón havia tramado uma série de humilhações sangrentas a funcionários do governo e das forças de segurança, o que fez o então presidente Virgilio Barco criar uma unidade policial especial para tratar do ‘problema’ Escobar

Apesar de um início conturbado, o Bloque de Búsqueda (ou ‘Bloco de Busca’ em tradução livre) acabou formando uma força-tarefa endurecida para perseguir o narcotraficante e seus aliados, recorda o Business Insider. 

O narcotraficante Pablo Escobar em mugshot famosa/ Crédito: Domínio Público

Com o auxílio das forças especiais dos Estados Unidos, a Inteligência do Exército dos EUA, além de membros da CIA e do DEA, o Bloco de Busca perseguiu Escobar entre 1992 e 1993. Segundo relatos oficiais, foi justamente eles que mataram Pablito. 

Conforme recorda Mark Bowden no livro ‘Killing Pablo’, naquele 2 de dezembro de 1993, um dia após o aniversário do narcotraficante, uma ligação de Escobar a seu filho, Juan Pablo Escobar, acabou sendo interrompida pelo grupo. 

Pablo sabia que estavam atrás dele por notar a interceptação da ligação. Com o cerco se fechando, El Patrón e seu guarda-costas, Alvaro de Jesus Agudelo, fugiram pelos telhados, mas foram surpreendidos por um tiroteio. 

Membros do Bloco de Busca haviam cercado a casa, enquanto outros invadiram a residência pela porta. Recebidos com rajadas de tiros, Escobar e Agudelo caíram mortos logo em seguida. 

O registro da operação ficou marcada em uma imagem histórica e sangrenta: um grupo de policiais colombianos sorridentes posando juntos sobre o corpo ensanguentado e inchado de Pablo Escobar

Os membros do Bloco de Busca posando sobre o corpo de Escobar/ Crédito: Drug Enforcement Administration/Domínio Público

O coronel Hugo Martinez, líder do Bloco de Busca que perseguia Escobar há anos, não participou da operação, mas foi informado pelo rádio: “Viva a Colômbia”, disse um soldado ao gritos. “Acabamos de matar Pablo Escobar”.


Los Pepes? 

Tudo parecia resolvido ali, mas não para Bowden. Ele recorda que, naquele ano, um outro grupo se juntou à caçada de Pablo Escobar: Los Pepes — conhecidos também como ‘Perseguidos por Pablo Escobar’, que na verdade eram narcotraficantes rivais ou membros desprezados pelo chefe do cartel de Medellín. 

Importante recordar que, em meados de 1992, a execução de dois tenentes à mando de Escobar acabou dividindo seu cartel em facções que entraram em guerra. “[Los pepes eram] alguns caras-durões ... que não se importavam em cruzar as linhas da legalidade e da moralidade que Pablo ignorou tão alegremente", classificou o escritor. 

Documentos da DEA, citados por Bowden, apontam que o grupo, provavelmente, recebeu financiamento do Cartel de Cali, rival de Pablo, e também obteve informações da Polícia Nacional da Colômbia — além de, supostamente, de agentes de inteligência dos EUA que operam no país.

Naquela época, recorda a Business Insider, a rivalidade entre os cartéis era tamanha e tão violenta que já se tornou comum, no início de 1993, que seis mortes fossem registradas todos os dias entre confrontos dos dois grupos. 

Além do mais, um relato de Diego Fernando Murillo, também conhecido como Don Berna — uma figura central em Los Pepes — indicava que membros do grupo acompanharam o Bloco de Busca em sua invasão ao esconderijo de Escobar em Medellín. 

Ainda segundo dom Berna, foi seu irmão, Rodolfo, quem deu o golpe de misericórdia atirando na cabeça de Escobar, com uma M-16. Entretanto, as informações a partir disso são conflitantes e incertas.


O próprio Pablo?

Agora voltamos para a célebre frase de Pablito que inicia esta matéria. El Patrón faria de tudo para não cair nas garras dos norte-americanos, inclusive tirar sua própria vida. Quem defende essa tese é o seu próprio filho, Juan Pablo Escobar Henao, que mudou de nome para Sebastián Marroquín.

Não tenho dúvidas" de que Pablo Escobar planejou sua própria morte, disse Marroquín em uma entrevista, de 2014, ao Yahoo News. 

Além do mais, em seu livro, ‘Pablo Escobar: My Father’, Sebastián recorda que, em inúmeras ocasiões, seu pai disse que daria um tiro na própria orelha direita para evitar ser capturado vivo. 

Pablo junto de seu filho, Juan Pablo, em 1977/ Crédito: Juan Pablo Escobar

O coronel Hugo Martinez, porém, ressalta que um tiro tal qual Marroquín sugere deixaria marcas de pólvora na pele de Escobar, algo que não é visível nas fotos da autópsia, corrobora Bowden

Um fato que pode gerar controvérsia nesta teoria é que, caso Pablo Escobar tenha de fato se matado, as autoridades teriam motivos para esconder o acontecimento: afinal, ninguém aceitaria que Escobar partisse da mesma forma que viveu — com seus próprios termos.