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Matérias / Crimes

Esquecida ou raptada? O misterioso desaparecimento da jovem socialite Dorothy Arnold

O caso movimentou a cidade de Nova York no início do século 20 — e custou uma quantia milionária aos bolsos do pai da escritora

Wallacy Ferrari Publicado em 16/07/2020, às 07h30

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Retrato de Dorothy ao lado de anúncio de desaparecimento - Wikimedia Commons
Retrato de Dorothy ao lado de anúncio de desaparecimento - Wikimedia Commons

Nascida em 1 de julho de 1885, a nova-iorquina Dorothy Harriet Camille Arnold era filha de um importante importador de artigos de luxo, chamado Francis. Tal emprego garantiu a família — ela, a mãe e outros três irmãos — uma segurança financeira invejável para a época. Para melhorar, a tia Harriette era casada com um juiz da Suprema Corte que, na época, recebia um dos salários mais altos dos Estados Unidos.

Rodeada de pessoas bem-sucedidas, a jovem levava uma vida de socialite, com regalias, confortos e privilégios raros em um país que ainda edificava suas ações financeiras. Cresceu em uma caríssima escola exclusiva para mulheres, mas foi na escrita que encontrou sua principal vocação. Aos 20 anos, em 1905, a garota se formava em literatura e linguagem pelo Bryn Mawr College.

Apesar da paixão, o apreço pela comunicação não era correspondido pela área; morando com a família, tentou diversas vezes ter um de seus contos publicados na revista McClure, sendo todos rejeitados. Tais episódios deixaram Dorothy desanimada e envergonhada, além de se tornar alvo de chacotas de amigos e familiares. Buscando maior privacidade para entrar de cabeça na escrita, pediu para o pai para sair de casa, mas foi proibida, sob o argumento de que “um bom escritor pode escrever em qualquer lugar".

Retrato fotográfico de Dorothy Arnold co aproximadamente 22 anos de idade / Crédito: Wikimedia Commons

Últimos passos de Dorothy

Na manhã de 12 de dezembro, a jovem afirmou que iria a uma butique de vestidos para comprar um traje de gala, especialmente para a festa de debutante da irmã mais nova Marjorie. Com uma quantia equivalente ao salário mínimo pago na época, a jovem foi até uma loja de departamentos para comprar chocolates e depois passou em uma livraria, sem apresentar nenhum comportamento incomum de acordo com funcionários.

Na mesma manhã, encontrou-se com uma amiga, chamada Gladys King, com quem conversou e esbanjou bom humor, mas encerrou a conversa quando King afirmou que teria de ir para almoçar com a mãe. Arnold disse que voltaria para a casa cruzando o Central Park, mas foi vista pela última vez em algumas quadras antes, quando se despedia da amiga. Daquela tarde em diante, a jovem não reapareceu em casa, o que acabou preocupando a família.

Evitando chamar a atenção da mídia e de autoridades para manter a privacidade, a família da jovem evitou denunciar o desaparecimento, solicitando ajuda para um advogado e investigador particular, chamado John S. Keith. O homem revistou o quarto de Dorothy por pistar, além de passar por prisões, hospitais e necrotérios em Nova York — sem sucesso. Chegou também a terceirizar o trabalho com detetives de uma agência de segurança privada, mas também não teve êxito.

Esquina entre a 5ª Avenida e a 27ª St., onde Dorothy foi vista pela última vez / Crédito: Wikimedia Commons

Expondo o fato

Depois das tentativas privadas fracassarem, o advogado convenceu Francis a prestar a queixa de desaparecimento na polícia e divulgar para a imprensa, de maneira que sua imagem fosse amplamente divulgada para auxiliar nas buscas. Para estimular a averiguação, o homem ofereceu uma recompensa de 1 mil dólares para quem a encontrasse com vida. Na coletiva, o conservadorismo e superproteção do pai acabaram sendo associados com um episódio passado da vida da jovem.

Quatro meses antes de sumir, o pai de Dorothy descobriu que a jovem mentiu para os pais e foi visitar um engenheiro de 42 anos de idade, chamado George Griscom Jr., sob a suspeita de estar envolvida amorosamente. O rapaz foi consultado pela família após o desaparecimento, mas como estava na Itália, disse que nada soube sobre o ocorrido. Porém, o jornal The San Francisco Chronicle chegou a noticiar que os funcionários desconfiaram da presença de uma mulher com um véu no hotel onde o engenheiro estava hospedado dias atrás.

Nos anos seguintes, algumas cartas de resgates falsos, como se Dorothy estivesse sequestrada, foram enviadas para família, mas nunca foram levadas a sério. O próprio pai acreditava que ela não retornaria se estivesse viva e estava crente de que sua filha havia sido morta no Central Park, com o corpo atirado em um reservatório. Uma teoria chegou a levantar que a escritora teve amnésia e esqueceu da família, mas a mesma foi contestada, visto que a jovem foi procurada em hospitais.

Um homem, identificado como Edward Glennoris, chegou a afirmar em 1916 que foi pago para enterrar um corpo de uma jovem semelhante a Dorothy ilegalmente, mas não conseguiu localizar os restos mortais. Ao longo dos 12 anos de procura da filha, Francis gastou cerca de 250 mil dólares em investigações e resgates, até falecer em 1922. Apesar de ser inconclusivo, Dorothy foi declarada morta à revelia.


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