Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Música

Talentosa e sem medo da Igreja Católica, Sinéad O'Connor teve uma carreira intensa

Dona de uma voz única e com uma carreira marcada por brigas com a Igreja Católica, Sinéad faleceu aos 56 anos

Wallacy Ferrari Publicado em 11/02/2021, às 09h00 - Atualizado em 26/07/2023, às 15h49

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A cantora Sinéad O'Connor - Getty Images
A cantora Sinéad O'Connor - Getty Images

Em 1991, Sinéad O’Connor chegava ao topo da principal parada de sucessos dos EUA com o hit "Nothing Compares 2 U", se tornando um símbolo da música feminina — e não apenas pela voz incrível ou letra cativante.

Diferente das cantoras do movimento pop da década anterior, Sinéad não tinha longos cabelos ou abusava de roupas coloridas; o contrário, se tornou um símbolo com a cabeça raspada e roupas confortáveis com poucas cores.

O motivo foi atribuído por uma série de fatores ao longo de sua vida rebelde; aos 15 anos, passou matar aulas no colégio e furtar estabelecimentos na Irlanda, enviada para um reformatório administrado pela Ordem de Nossa Senhora da Caridade, como informou o Washington Post. A ocasião chegou a ser descrita pela cantora como a mais aterrorizante da vida.

Apesar da dureza do período do reformatório, até o ano de 2007, Sinéad manteve uma opinião pública de que se considerava cristã e acreditava nos conceitos cristãos baseados nos fundamentos de Jesus e da Trindade, como disse ao Christianity Today.

No entanto, diversos episódios questionáveis do catolicismo fizeram com que, do outro lado, a cantora se tornasse alvo do ódio de fiéis.

Sinéad rasga fotografia do Papa João Paulo II em rede nacional no Saturday Night Live / Crédito: Divulgação / NBC

Contestação católica

Apesar da ligação com os preceitos cristãos, seu alinhamento com o catolicismo chamou a atenção do mundo na noite de 3 de outubro de 1992, quando rasgou, em rede nacional, uma fotografia do Papa João Paulo II no  Saturday Night Live — programa de comédia com grande audiência e tradição nos Estados Unidos — logo após o encerramento de uma apresentação musical.

O ato, feito em protesto contra os casos de abuso sexual infantil acobertados pela igreja, resultou em ligações de espectadores para a emissora, além de sofrer com vaias, duas semanas depois no palco do Madison Square Garden, quando foi convidada a um show de tributo a Bob Dylan.

Mesmo proibida de realizar aparições na principal emissora americana, manteve a postura e, três anos depois, entrou ao vivo no programa britânico After Dark.

Na ocasião, Sinéad ligou para a produção ao vivo e foi até os estúdios do Channel 4 para participar de um debate sobre a Igreja Católica na Irlanda, tendo como convidado o ex-chefe de estado irlandês Garret FitzGerald e outros dois representantes religiosos.

Em 2010, quando estourou um escândalo de pedofilia na Irlanda, Sinéad foi convidada pelo jornalista Anderson Cooper para comentar o caso na CNN.

Afirmando ter razão pelos anos de luta, a artista afirmou que há a necessidade da criação de uma igreja com preceitos renovados e descreveu o Vaticano como um ninho de demônios.

Sinead O'Connor em apresentação no programa The Late Late Show / Crédito: Divulgação / CBS

Conversão 

Após um hiato, O’Connor surpreendeu os fãs após anos de comentários sobre o catolicismo e anunciou pelo Twitter que, não apenas se converteu ao islamismo, como mudou seu nome para Shuhada’ Davitt.

Ainda apontou que, o caminho racional de qualquer pessoa que se entrega a religiosidade é integrar uma religião muçulmana.

"Isso é para anunciar que eu estou orgulhosa de ter me tornado muçulmana. Essa é a conclusão natural da jornada de qualquer teólogo inteligente. Todas as escrituras apontam para o Islã. O que faz de todas as outras escrituras redundantes. Eu vou ganhar outro novo nome. Será Shuhuada'", escreveu a cantora.