Atleta no qual a produção emocionante foi baseada veio a público dizendo que não foi realmente adotado pela família Tuohy; entenda!
Redação Publicado em 19/08/2023, às 17h00
O filme "Um Sonho Possível", de 2009, que rendeu à atriz estadunidense Sandra Bullock um Oscar de "Melhor Atriz", se tornou o centro de uma grande controvérsia recentemente.
A produção baseada em fatos, vale lembrar, acompanha a história de um adolescente negro que é adotado por uma família de milionários, e, com o apoio de sua nova mãe adotiva, Leigh Anne Tuohy (interpretada por Bullock), consegue seguir uma carreira bem-sucedida como atleta.
Michael Oher, porém, que é o ex-jogador de futebol americano da NFL (a liga esportiva profissional do esporte nos EUA) que serviu de inspiração para o protagonista do filme, veio a público nos últimos dias com uma série de declarações preocupantes.
Segundo o atleta aposentado de 37 anos, que está processando os Tuohy por lucrar em cima da trajetória dele, na verdade, a família nunca o teria adotado realmente, apenas o colocado sob a tutela deles — o que lhes concedeu controle de suas finanças e a permissão de fechar acordos comerciais no nome dele.
De acordo com as alegações de Oher, que foram repercutidas pela Vanity Fair, o jogador de futebol teria sido enganado pelos Tuohy para que assinasse os papeis concordando com a tutela quando tinha 18 anos, e apenas constatou a farsa neste ano.
Michael Oher descobriu essa mentira para seu desgosto e constrangimento em fevereiro de 2023, quando soube que a tutela com a qual ele consentiu com base no fato de que isso o tornaria um membro da família Tuohy, na verdade não lhe fornecia nenhum relacionamento familiar com os Tuohys", dizem os documentos oficiais do processo.
Em sua autobiografia, "I Beat the Odds" ("Eu desafio das estatísticas", em tradução livre), Michael deu mais detalhes a respeito do momento em que fez essa assinatura:
''Eles me explicaram que significa exatamente a mesma coisa que ‘pais adotivos’, mas que as leis foram escritas de uma maneira que levava em consideração minha idade'', contou no livro de memórias.
Além de pedir pelo encerramento da tutela, ele quer proibir a família de utilizar sua imagem e ainda solicita que receba uma compensação financeira equivalente ao lucro que os Tuohy obtiveram em cima de sua história ao longo dos anos. Isso inclui, aliás, a quantia que teria sido recebida por eles por conta do filme "Um Sonho Possível".
Nos anos seguintes, os Tuohy continuaram chamando Oher, de 37 anos, de filho adotivo e usaram essa afirmação para promover sua fundação, bem como o trabalho de Leigh Anne Tuohy como autora e palestrante motivacional [...] A mentira da adoção de Michael é aquela com a qual os co-conservadores Leigh Anne Tuohy e Sean Tuohyenriqueceram às custas de seu filho", diz outro trecho do processo, segundo repercutiu o portal Terra.
Sean Tuohy, o patriarca da família, divulgou seu pronunciamento a respeito da questão na última terça-feira, 15. Segundo ele, que se diz "devastado" com o caso, a tutela apenas foi estabelecida para que Michael Oher se tornasse elegível para uma bolsa esportiva na Universidade de Mississippi.
Nós contratamos advogados que nos explicaram que nós não poderíamos adotá-lo por ele já ter mais de 18 anos. A única coisa que poderíamos fazer era a tutela. Nós estávamos tão preocupados em fazer tudo certo que garantimos que a mãe biológica fosse ao tribunal'', afirmou o homem no comunicado.
Além disso, Sean contra-argumentou a acusação a respeito dos lucros de "Um Sonho Possível":
"Não ganhamos nenhum dinheiro com o filme. Bom, Michael Lewis [autor do livro responsável por inspirar o filme] nos deu metade da quantia [que ele recebeu pela obra]. Todo mundo na família ganhou uma parte igual, incluindo Michael [Oher]. Foi aproximadamente US$ 14 mil para cada", alegou o Tuohy.
