Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Crimes

Gary Ridgway: O assassino de Green River

Condenado por 49 homicídios, Ridgway é considerado o segundo maior serial killer da História dos EUA

Letícia Yazbek Publicado em 09/10/2019, às 15h32

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Crédito: Seattle Times
Crédito: Seattle Times

Gary Leon Ridgway, também conhecido como o Assassino de Green River, é um serial killer americano condenado por 49 assassinatos.

Ele era considerado o maior assassino em série da História dos Estados Unidos, em termos de mortes confirmadas. No entanto, recentemente o FBI confirmou que Samuel Little, preso desde 2012, matou pelo menos 53 pessoas — ele afirma ter matado 93.

Nascido em 1949, em Salt Lake City, no estado de Utah, Gary era o segundo dos três filhos de Mary e Thomas Ridgway. O garoto teve uma infância turbulenta: testemunhava briga entre os pais e tinha sentimentos conflitantes de raiva e atração sexual pela mãe, conforme contou mais tarde. Ele também fantasiava sobre matar Mary.

Disléxico e com um QI abaixo da média, Ridgway foi retido um ano no ensino médio. Aos 16 anos, cometeu seu primeiro crime: levou um garoto de seis anos para a floresta e o esfaqueou nas costelas e no fígado. O menino sobreviveu e declarou que, após o ataque, Gary foi embora dando risada.

Aos 20 anos, Ridgway se casou com a namorada, Claudia Kraig. Pouco depois, se juntou à Marinha dos Estados Unidos e foi enviado ao Vietnã. Durante sua experiência nas forças armadas, manteve relações sexuais frequentes com prostitutas e contraiu gonorreia.

Quando retornou aos Estados Unidos, conseguiu um emprego pintando caminhões, que manteve por cerca de 30 anos. Casou-se pela segunda vez, com Marcia Winslow, e se tornou um religioso fanático. No entanto, continuou tendo relações com prostitutas.

Ridgway, em 1982 / Crédito: Wikimedia Commons

Suas ex-esposas e diversas ex-namoradas declararam que Ridgway era viciado em sexo e exigia ter relações com elas diversas vezes ao dia, frequentemente em áreas públicas ou florestas.

Dividido entre seus desejos e suas convicções religiosas, Gary Ridgway tinha uma relação de amor e ódio para com as profissionais do sexo. Ao mesmo tempo em que reclamava da presença delas no bairro em que morava, era um cliente regular.

As vítimas

Em julho de 1982, a primeira vítima de Ridgway foi encontrada no Green River, no condado de King, em Washington — era Wendy Lee Coffield, de 16 anos. Outros corpos foram descobertos no rio e na área em torno dele, mas o departamento de polícia do condado não encontrou nenhuma evidência que indicasse o assassino. A imprensa, então, passou a chamá-lo de The Green River Killer.

Entre as décadas de 1980 e 1990, Ridgway assassinou pelo menos 49 mulheres. Em sua maioria, as vítimas eram prostitutas ou jovens que haviam fugido de casa. Ele costumava abordá-las e mostrar uma foto de seu filho, com o objetivo de induzi-las a confiar nele. Depois, as levava para sua casa ou seu caminhão e as estrangulava.

Vítimas de Ridgway / Crédito: Wikimedia Commons

A maioria dos corpos era deixada em áreas arborizadas ao redor do rio. Eles eram posados, geralmente nus. Às vezes, o serial killer voltava ao local onde os corpos estavam e mantinha relações sexuais com eles. Segundo o depoimento de Ridgway, a necrofilia reduzia sua necessidade de cometer novos assassinatos e sua chance de ser pego.

Caça ao assassino

Com o constante desaparecimento de mulheres, a polícia organizou uma força tarefa para investigar os assassinatos e identificar os possíveis suspeitos. Dois encontros que Gary Ridgway teve com a polícia fizeram com que ele fosse um suspeito.

Em 1980, ele foi acusado de agredir uma prostituta em um local próximo ao Aeroporto Internacional de Seattle-Tacoma, região onde algumas das vítimas haviam sido encontradas.

Três anos depois, ele prestou novos depoimentos à polícia, após o namorado de uma prostituta ter identificado o caminhão de Gary como o último lugar onde ela havia sido vista antes de desaparecer. Em 1984, ele foi preso por tentar contratar os serviços de uma policial disfarçada. Gary concordou em fazer o teste de polígrafo, passou e foi liberado.

Em 1987, prostitutas descreveram à polícia um homem que costumava percorrer a área — a descrição batia com a aparência de Ridgway. Os policiais, então, foram à casa de Ridgway e o prenderam mais uma vez. Ele passou por mais um teste de polígrafo e concordou em ceder amostras de cabelo e saliva. Por fim, foi liberado novamente por falta de provas.

Confissão

Confiante, o assassino continuou fazendo mais vítimas. Até que, em 2001, seu DNA foi encontrado em quatro corpos, e Ridgway foi preso pelos assassinatos. Depois, novas amostras indicaram evidências positivas de DNA em mais três vítimas.

Após a prisão, em 2001 / Crédito: Wikimedia Commons

Depois de preso, Ridgway concordou em cooperar com as investigações para não ser condenado à morte. Durante meses, foi entrevistado pelos detetives e forneceu detalhes de cada crime que cometeu.

Gary Ridgway chegou a confessar ter matado 71 mulheres — em outra ocasião, disse que foram 61 vítimas. No entanto, ele só conseguia se lembrar de 49 assassinatos.

Em 2 de novembro de 2003, o serial killer se declarou culpado e foi sentenciado a 480 anos de prisão sem possibilidade de liberdade condicional. Aos 71 anos, ele cumpre a pena na Penitenciária do Estado de Washington.


Saiba mais com o livro The Serial Killers: Gary Ridgway, de Mark Simpson - https://amzn.to/33n0k0V

Vale lembrar que os preços e quantidade disponível das obras condizem com os da data de publicação deste post. Além disso, a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.