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Matérias / Europa

George III, o monarca que governou a Inglaterra mentalmente debilitado

Com estudos mais recentes, foi possível determinar a real causa dos delírios do rei

Isabela Barreiros Publicado em 10/11/2019, às 08h00 - Atualizado em 04/05/2023, às 20h03

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George III, rei da Inglaterra - Wikimedia Commons
George III, rei da Inglaterra - Wikimedia Commons

No Palácio de Windsor, na Inglaterra de 1788, o rei George III deixou seus aposentos vestindo uma camisola. Com uma fronha, que ele usava como chapéu, carregava um travesseiro nas mãos, tal qual um bebê recém-nascido. Aos berros, corria pelos corredores e acordava a todos dizendo que Londres estava alagada e que aquele que segurava era o príncipe Octavius, que acabara de nascer.

A cena bizarra já não era estranha aos conselheiros reais e membros da corte. Havia anos que a Inglaterra estava sendo governada por um rei mentalmente debilitado, que não reagia a nenhum tipo de tratamento. Enrolado numa camisa-de-força, passou por tratamentos agressivos, que incluíam incisões no cérebro e uso de fortes purgantes.

Conhecido como “o rei louco que perdeu a América”, George III era capaz de falar sem parar por 60 horas e de engolir a comida sem mastigar. Ele também não conseguia manter as mãos quietas e vivia enrolado em lençóis, usando cerca de 40 por dia.

O rei governou a Inglaterra de 1760 a 1820 e a sua “loucura” marcou a época, mantendo-se presente no imaginário popular sobre o monarca até os dias de hoje. No entanto, alguns pesquisadores, inquietos com o simples diagnóstico, começaram a investigar a possível causa dos delírios de George.

Crédito: Wikimedia Commons

Antigamente, tornou-se comum designar os transtornos da realeza como parte de uma doença hereditária chamada porfiria, que foi também atribuída a outros nobres, como Maria, a Rainha dos Escoceses. No entanto, cientistas começaram a duvidar dessa determinação.

Na Universidade de St. George, em Londres, Peter Garrard e Vassiliki Rentoumi analisaram inúmeras das cartas enviadas por George III e estudaram seu uso da linguagem. Com isso, eles concluíram que ele realmente sofria de uma doença mental.

Durante suas crises, o monarca escrevia frases muito mais longas que o normal, tinha um vocabulário riquíssimo e também se repetia ao longo dos textos. Hoje em dia, esses padrões são associados às doenças mentais em fase maníaca, como acontece com pessoas com transtorno bipolar, por exemplo.

Com esse estudo, os pesquisadores afirmaram que George III sofria com algum tipo de doença mental, não uma doença física e hereditária como se acreditou por muito tempo. 


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