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Matérias / Astronomia

Há 91 anos, duas curiosas fotos revelavam a existência de Plutão

Após anos procurando por uma pista no céu infinito, astrônomos conseguiram identificar o astro no dia 18 de fevereiro de 1930

Pamela Malva Publicado em 18/02/2021, às 08h00

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Fotografia de Plutão - Divulgação/Pixabay
Fotografia de Plutão - Divulgação/Pixabay

Desde que olhou para cima e identificou as primeiras estrelas, o ser humano vem tentando decifrar o universo e seus infinitos segredos. Com o passar dos séculos, então, os cientistas descobriram astros, galáxias e planetas que pareciam não ter fim.

A história de cada um deles, claro, é diferente da anterior. Com Plutão, um planeta anão descoberto há exatos 91 anos, não foi diferente. E tudo começou com o devaneio de um astrônomo que buscava saber mais sobre o que estava ao seu redor.

Foi no dia 18 de fevereiro de 1930 que o norte-americano Clyde Tombaugh, com a ajuda de alguns outros cientistas, identificou o astro que flutuava para além de Netuno, mais próximo ainda do que sempre pareceu ser um infinito absoluto.

Imagem meramente ilustrativa do Sistema Solar / Crédito: Divulgação/Pixabay

Da Terra para o céu

Em meados de 1840, o francês Urbain Le Verrier observou algumas perturbações na órbita de Urano. Mais tarde, com a descoberta de Netuno, astrônomos pensaram que tal deturpação teria sido criada por mais um planeta, talvez um menor.

Tendo fundado o Observatório Lowell, o matemático Percival Lowell estava decidido a encontrar o Planeta X, nome que ele deu para o astro misterioso. Em 1906, então, ele iniciou um programa para buscar pelo que seria o nono planeta do Sistema Solar.

Convencido de que encontraria o que estava procurando, Lowell nunca parou de observar os céus. Ele buscou pelo Planeta X até o dia da sua morte, em 1916, e conseguiu fotografar o astro duas vezes, mesmo sem saber que teria atingido seu objetivo.

Fotografia de Plutão / Crédito: Wikimedia Commons

Herdeiro de um cientista

Demorou muito tempo até que a busca pelo misterioso astro fosse retomada após a morte de Lowell. Por sorte, o astrônomo Vesto Melvin Slipher passou a árdua tarefa de estudar e procurar pelo Planeta X para Clyde Tombaugh, em 1929.

Nascido em fevereiro de 1906, em Illinois, o novo cientista responsável pelo projeto era um dos mais recentes contratados do Observatório. Com a tarefa em mãos, ele passou meses fotografando o céu a cada duas semanas, a fim de identificar algum movimento.

Em 18 de fevereiro de 1930, utilizando uma ferramenta de comparação, Clyde analisou duas fotos tiradas nos dias 23 e 29 de janeiro daquele mesmo ano. Entre elas, uma pequena alteração finalmente indicou o que ele tanto procurava. Era o Planeta X.

Fotografia de Clyde ao lado de seu telescópio / Crédito: Wikimedia Commons

Enfim, as respostas

Durante algumas semanas após a descoberta, os astrônomos do Observatório Lowell buscaram confirmar o fenômeno e, assim que isso aconteceu, o nono planeta foi anunciado. Suas imagens, então, foram enviadas para o Observatório de Harvard.

Agora que o mundo sabia sobre o mais novo astro, a próxima saga dizia respeito ao nome que ele teria. Através de dezenas de inscrições, a equipe de Clyde recebeu mais de mil sugestões de títulos, que variavam entre Atlas e Zynal e Zeus.

No final, três opções foram colocadas para votação. Os concorrentes eram Minerva, o nome de um asteroide, Cronos, o deus grego do tempo, e Plutão, o deus romano do submundo. Levando todos os votos, a última opção foi escolhida em 24 de março.

Ferramenta de comparação usada para descobrir Plutão / Crédito: Wikimedia Commons

O deus do submundo

Foi a jovem Venetia Burney, de onze anos, quem sugeriu o nome selecionado. Amante da mitologia greco-romana, a menina de Oxford comentou sobre a ideia com o avô, que enviou a sugestão para o observatório. Como recompensa, a garota ganhou 5 libras.

No dia 1 de maio de 1930, o nome foi anunciado para o mundo e, assim, Plutão passou a fazer parte do Sistema Solar. Décadas mais tarde, contudo, o astro deixou de ser um planeta, após uma reclassificação da União Astronômica Internacional (UAI), em 2006.

Ainda assim, logo depois que ele foi nomeado, Plutão serviu de inspiração para diversas outras nomenclaturas. O cachorro de Mickey Mouse, da Disney, por exemplo, chamou-se Pluto em homenagem ao astro, assim como o elemento químico plutônio.

A ferramenta de comparação usada por Clyde para descobrir Plutão / Crédito: Wikimedia Commons

Um mistério retomado

Em meados de 1978, no entanto, a recente descoberta da lua Caronte trouxe mais informações para a animadora descoberta de Plutão. Com ela, os astrônomos conseguiram calcular a massa do nono planeta e, assim, uma teoria caiu por terra.

A partir da massa de Plutão, que é de apenas 0,2% da massa da Terra, os cientistas perceberam que ele não poderia ser o Planeta X. Isso porque ele era pequeno demais para gerar as perturbações na órbita de Urano que foram observadas por Le Verrier.

As buscas pelo misterioso Planeta X foram, então, retomadas, apesar de Plutão. Em 1992, com novas informações sobre a massa de Urano, Myles Standish percebeu que as alterações na órbita do planeta não teriam sido geradas por outro astro. Por isso, cientistas modernos acreditam até hoje que o Planeta X de Lowell nunca existiu.


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