Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Bizarro

Hetty Green, a milionária que ganhou fama de maior mão de vaca do mundo

Conhecida como a Bruxa de Wall Street, ela acabou sendo alvo de inúmeras histórias

Pamela Malva Publicado em 29/01/2020, às 18h00 - Atualizado às 19h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Hetty Green, a Bruxa de Wall Street - Wikimedia Commons
Hetty Green, a Bruxa de Wall Street - Wikimedia Commons

Seguir a carreira de investimento é uma escolha complicada e arriscada, principalmente pensando que é possível perder tudo em um piscar de olhos. Com um pouquinho de sorte e muito conhecimento, no entanto, uma pessoa pode arrecadar milhões.

Esse foi o caso de Hetty Green, a Bruxa de Wall Street. Proveniente de uma família rica e muito religiosa, ela rapidamente se interessou por finanças. Com 13 anos, a menina já era contadora da família, que tinha uma grande frota baleeira e comércios na China.

Em 1865, quando seu pai morreu, Hetty, com 31 anos, herdou 5 milhões de dólares, além 8 mil já recebidos da herança de sua mãe, que faleceu cinco anos antes. Com a quantia em mãos, ela investiu em títulos da Guerra Civil.

Pouco depois, em 1867, ela se casou com Edward Henry e pediu que ele renunciasse a todos seus direitos de divisão de bens antes do matrimônio. Eles passaram a morar em Manhattan e, quando Hetty foi acusada de fraude, se mudaram para Londres.

Antes mesmo de se casar, em 1865, Hetty entrou na justiça para tentar ganhar a fortuna de sua tia, Sylvia Ann Howland, avaliada em 2 milhões de dólares. 

Hetty Green em 1905 / Crédito: Wikimedia Commons

A Bruxa de Wall Street

Já com certa quantia no banco, Hetty passou a investir ainda mais em ações, adotando uma estratégia conservadora. Em determinado ano, ela alegou ter arrecadado 1,25 milhões de dólares sozinha. Foi nessa época que ela passou a ter um comportamento excêntrico.

De volta aos Estados Unidos, Hatty e Edward, já com dois filhos, moravam em Vermont. Pouco querida no bairro, era extremamente agressiva quando o assunto era dinheiro e sempre interessada em suas finanças, Hetty foi apelidada como a Bruxa de Wall Street. O apelido também veio, provavelmente, de seu forte posicionamento em um ambiente de negócios predominantemente masculino.

Naquele período, Hetty era uma empresária bem sucedida, lidava com imóveis, investia em ferrovias e emprestava muito dinheiro. Muito perfeccionista, ela era capaz de viajar quilômetros para cobrar uma dívida sozinha — atitude pouco comum às mulheres da época.

Hetty com vestido decorado / Crédito: Getty Images

Avareza exagerada

Se a ascensão de Hetty no mundo dos investimentos já assustava, sua avareza era ainda mais questionada por quem a conhecia. Sua mesquinhez fugia do comum e ela era conhecida por economizar a maior quantidade de dinheiro possível.

Segundo as histórias da época, Hetty não deixava os filhos usarem água quente, ela não lavava as mãos e se locomovia com uma carruagem velha. No dia-a-dia, a mulher comia tortas prontas que custavam 15 centavos.

Segundo seus vizinhos da época, Hetty usava o mesmo vestido preto por dias e apenas trocava suas roupas de baixo quando estavam desgastadas. 

Ela teria economizado dinheiro até mesmo quando o assunto era saúde. Quando Ned, seu filho, quebrou a perna, ela não permitiu que ele fosse internado em uma boa clínica. Segundo Charles Slack, um autor que escreveu sobre a vida de Hetty, a perna de Ned nunca cicatrizou corretamente e, após anos de tratamento, teve de ser amputada (muitos acreditam que se trata de um exagero da época).

Hetty ao lado de sua filha, Sylvia / Crédito: Getty Images

Já mais velha, Hetty se viu sozinha em casa: ela havia se separado do marido e os filhos tinham saído de casa. Assim, ela se mudava com frequência. Nessa época, inclusive, ela desenvolveu uma hérnia, mas se recusou a pagar a cirurgia.

A partir daí, a saúde da mulher apenas piorou: ela sofreu diversos derrames e passou a usar cadeira de rodas. Foi apenas em 1916 que Hetty Green morreu, aos 81 anos, na casa de seu filho, em Nova York, devido a mais uma série de derrames.

Após sua morte, seu patrimônio foi avaliado entre 100 milhões e 200 milhões de dólares, tornando-se a mulher mais rica do mundo àquela época. Toda a fortuna de Hatty ficou para seus filhos, Ned e Sylvia. Quando Sylvia morreu, em 1951, ela doou quase 2 milhões de dólares para diversas instituições — faculdades, igrejas e hospitais.


+Saiba mais sobre o tema com os livros abaixo

Hetty, de Charles Slack (2004) - https://amzn.to/2RUYIr6

Petticoats and Pinstripes, de Sheri Caplan (2013) - https://amzn.to/2UaJtgn

Os segredos do lobo, de Jordan Belfort (2018) - https://amzn.to/2O86yN5

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.