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Matérias / Crimes

Fera da Penha: O crime brutal que chocou o Brasil

Em 1960, Neyde Maria Maia Lopes foi responsável por um crime que chocou os brasileiros e ainda chama atenção

Alana Sousa Publicado em 12/10/2020, às 10h00 - Atualizado em 03/04/2024, às 17h34

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Neyde Maria Maia Lopes, a Fera da Penha - Reprodução
Neyde Maria Maia Lopes, a Fera da Penha - Reprodução

Neyde Maria Maia Lopes era, à primeira vista, uma mulher simples, de quem ninguém jamais suspeitaria o instinto selvagem que o fim de um relacionamento poderia causar. Aos 23 anos, porém, tudo mudou: ela entraria para a história do Brasil como uma das assassinas mais cruéis, apelidada de 'Fera da Penha'.

No final de 1959, Neyde, que residia no Rio de Janeiro, conheceu Antônio Couto Araújo, um homem casado, pai de duas meninas, Solange e Tânia, de quatro anos. Após cerca de seis meses de relacionamento, Antônio, que fazia promessas de amor para a amante, desistiu de largar sua família para viver um romance com ela. Foi então que a mulher teve uma ideia brutal.

Durante meses, Neyde se aproximou da família do amado e aprendeu os hábitos da mesma, além de se aproximar de Nilza, a então esposa de Antônio.

O crime

Em 30 de junho de 1960, Neyde saiu de casa disposta a colocar seu plano em prática e se vingar de Antônio. Utilizando o nome Odete, ela se infiltrou no Instituto Joemar e sequestrou Tânia, a filha do amante. Perambulou com a criança durante o início da tarde pelo bairro da Penha, até que Nilza foi à escola levar lanche para a filha e descobriu que ela havia ido embora com outra mulher.

Os pais contataram a polícia sobre o sequestro e as autoridades passaram o dia procurando Tânia, mas sem sucesso.

Por volta das 20h, Neyde levou Tânia para o matadouro de bois, no bairro da Penha, e com um revólver calibre 32 efetuou um tiro em direção à nuca da criança. Para tentar esconder o corpo, a criminosa incendiou o corpo da vítima e fugiu do local.

Testemunhas avistaram Neyde deixar a cena do crime e comunicaram a polícia, que foram até o matadouro e descobriram o corpo de Tânia em meio às chamas. Diversos jornais publicaram a foto da criança morta, gerando uma comoção nacional.

Julgamento e condenação

Durante as investigações para encontrar o responsável pela morte brutal da menina, Antônio confessou sua relação extraconjugal com Neyde, o que a colocou como a principal suspeita do assassinato.

Levada para interrogatório, a criminosa negou as acusações e foi liberada em seguida. A imprensa confrontou a suspeita — referindo-se a ela como 'Fera da Penha' —, que após muita insistência confessou o crime.

Em entrevista ao jornalista Saulo Gomes, ao ser questionada sobre a motivação do crime, Neyde respondeu: “Por que você está me perguntando isso? Quer saber? Eu só não matei a família toda porque não tive tempo”.

Moradores da região ameaçavam invadir a delegacia onde a homicida estava presa, então, a polícia decidiu realizar uma transferência, rodeada de tumulto. Uma viatura, usada para despistar o povo, foi destruída por cerca de 300 pessoas que esperavam do lado de fora do prédio.

Dias depois, a reconstituição do crime precisou ser cancelada, pois o risco de linchamento da mulher era muito alto. Neyde foi realocada para a Penitenciária Lemos Brito, em Bangu, para esperar julgamento.

Em outubro de 1963, a Fera da Penha foi condenada a 33 anos de prisão. Após 15 anos de sentença, em 1975, Neyde foi liberta por bom comportamento, e passou a viver com os pais, até a morte deles.

De acordo com as últimas informações divulgadas, a assassina vive isolada no Rio de Janeiro, raramente fazendo uma aparição pública. E o caso da Fera da Penha caiu em esquecimento com o decorrer dos anos.


*Com informações do programa Linha Direta;