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Matérias / Segunda Guerra

A história por trás das cartas da Segunda Guerra devolvidas 70 anos depois

Carol Bohlin recebeu cartas que foram trocadas por seus pais durante a Segunda Guerra, graças ao trabalho de uma genealogista; conteúdo surpreende

Isabelly de Lima Publicado em 11/02/2024, às 10h00 - Atualizado em 14/02/2024, às 10h52

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Cartas do casal Marie e Claude Smythe, retratados no porta-retrato (esq.) e a filha deles, Carol Bohlin, com as cartas (dir.) - Reprodução / MyHeritage.com
Cartas do casal Marie e Claude Smythe, retratados no porta-retrato (esq.) e a filha deles, Carol Bohlin, com as cartas (dir.) - Reprodução / MyHeritage.com

Em fevereiro de 2023, um artefato familiar histórico foi recebido na residência de Carol Bohlin, de 77 anos. Enquanto muitas famílias mantêm suas memórias através de itens valiosos como herança, no caso de Carol essa memória é mais afetiva: o amor é a peça principal.

Afinal, ela recebeu as cartas de amor de seus pais que estavam perdidas desde a Segunda Guerra Mundial, quando seu pai serviu o exército americano. Tudo isso aconteceu graças aos esforços de uma dedicada pesquisadora genealogista.

Chelsey Brown, uma genealogista baseada em Nova York conhecida por sua habilidade em rastrear histórias familiares, utilizou seu conhecimento para localizar um descendente do casal Claude Marsten Smythe e Marie Borgal Smythe, cujo romance foi documentado em cartas escritas entre 1943 e 1944.

18 cartas

Bohlin, que agora reside em Tinmouth, Vermont, compartilhou com o veículo USA Today: "Reconheci a caligrafia do meu pai (...) Já faz muito tempo que não o vejo e há muito tempo que não ouço a voz dele”.

As 18 cartas, uma descoberta surpreendente para Bohlin, foram escritas por seu pai para sua mãe enquanto ele servia na Marinha dos EUA na guerra. Acabaram esquecidas por mais de 50 anos no sótão da casa de infância de Bohlin em Staten Island, Nova York, até serem encontradas por um proprietário durante reformas em 1995.

Carol Bohlin quando recebeu as cartas dos pais - Reprodução / MyHeritage.com

O proprietário, após assistir a uma entrevista de Brown no programa "The Kelly Clarkson Show", entrou em contato em busca de ajuda para localizar os legítimos proprietários das cartas

A saga das cartas remonta ao período em que a família de Bohlin residiu na casa em Staten Island, entre 1947 e 1974, quando o patriarca Claude Smythefaleceu, conforme relatado por Bohlin. Sua mãe veio a falecer em 1961.

Meu pai era policial, então ele guardava as coisas em seu lugar especial, fora do alcance (de mim e do meu irmão), guardando-as no sótão”, disse Bohlin.

Conteúdo 

As cartas, um testemunho precioso de um amor duradouro, foram mantidas por quase três décadas pela nova proprietária, Dottie Kearney, na esperança de reuni-las com seus legítimos herdeiros. Kearney, ao assistir à participação de Brown no programa de TV, contatou-a em busca de assistência para encontrar a família, ainda que sem sucesso em várias tentativas.

"Durante a Segunda Guerra Mundial, quando vocês ficam separados por tanto tempo, isso é tudo que eles tinham”, relatou Brown ao USA Today. As cartas “eram realmente especiais”.

Uma das cartas devolvidas com uma mensagem para Marye Smythe - Reprodução / MyHeritage.com

Após uma minuciosa pesquisa baseada em informações contidas nas cartas e nos envelopes, Brown conseguiu localizar um parente vivo dos Smythes. Uma das cartas, dedicada à Marie Smythe, datada de 21 de maio de 1944, revelava o seguinte:

Querida Marie… Hoje, sendo domingo, espero ir à Igreja. O melhor de tudo é que gosto de cantar hinos. Isso me lembra dos momentos maravilhosos que passamos juntos indo às reuniões... Espero que você se sinta melhor logo... Fico feliz em saber que você participa dos jantares da igreja, você tem sorte de ganhar a torta. Yum Yum, aposto que foi muito bom. Bem, amor e beijos e um grande abraço… Seu marido, Claude Smythe”.

Contato com a família

O processo de contato com Bohlin levou mais tempo, realizado através do filho de Bohlin, Tim, no Facebook, que respondeu meses depois. Com a confirmação da autenticidade das cartas, os dados de contato de Bohlin foram compartilhados com Kearney, que as entregou à família com grande emoção.

Ao receber as cartas, a família expressou profunda gratidão pela preservação desse importante legado familiar: “Meu coração se enche de alegria saber que eles têm um pedaço da história (de sua família)”, disse Kearney. “Estou muito grato por tê-los salvado (e) agora eles estão onde pertencem”, disse Carol.

A leitura das cartas revisitou memórias preciosas do pai de Bohlin, que agora planeja mantê-las cuidadosamente guardadas como um tesouro de família, um testemunho eterno do amor de seus pais.