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Matérias / Personagens

Oskar Schindler, o empresário nazista que salvou judeus dos horrores do Holocausto

No aniversário de 73 anos de Steven Spielberg, entenda como Schindler inspirou um dos maiores clássicos da história do cinema

Caio Tortamano Publicado em 18/12/2019, às 10h34

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Cena do filme A Lista de Schindler - Divulgação/ Universal
Cena do filme A Lista de Schindler - Divulgação/ Universal

Houve um tempo em que muita gente dizia que Steven Spielberg nunca faria um filme sério. O diretor era identificado como realizador de bem-feitinhos clássicos de ficção e aventura, que arrancavam risos e lágrimas fáceis do espectador. Até mesmo suas duas tentativas anteriores, A Cor Púrpura e Império do Sol, deixaram dúvidas sobre sua capacidade de bancar o adulto.

Eis que ele filma A Lista de Schindler, uma comovente adaptação da vida de Oskar Schindler, um alemão que salvou cerca de 1,1 mil judeus da morte nos campos de extermínio nazistas.

O horror do massacre da Segunda Guerra Mundial ressurge desde a formação do gueto de Cracóvia até a remoção do pessoal para os campos de concentração. Nesta história macabra e real, Schindler enriquece com o trabalho não-voluntário dos judeus. Primeiramente, ele luta pela vida de sua mão-de-obra para salvar os negócios. Com o tempo, envolve-se a ponto de ficar obcecado pela causa.

Oskar Schindler, nascido no Império Austro-Húngaro em 1908, não era uma pessoa considerada "exemplar". Constantemente era avistado embreagado pelas ruas e chegou a ter dois filhos com uma amante. Em 1935, se filiou ao Partido Alemão dos Sudetas, que tinha alinhamento com o Partido Nazi na Alemanha.

Oskar Schindler / Crédito: Wikimedia Commons

A proximidade tornou Schindler em um espião do partido nazista na Checoslováquia. Além do dinheiro que ganharia com essa função, uma oportunidade de alimentar seu vício em álcool e eliminar dívidas. Seu trabalho era de coletar informações militares e recrutar novos espiões dentro do país tcheco.

Oskar acabou sendo preso por espionagem na Checoslováquia, mas conseguiu ser liberto assim que o país foi invadido pela Alemanha, em 1938. Depois disso, resolveu entrar para o Partido Nazista e foi aceito.

O nazista dividia sua vida entre a Cracóvia (na Polônia) e sua cidade natal, Ostrava (República Checa). E foi assim que decidiu comprar uma fábrica, que anteriormente pertencia a um consórcio de judeus, que haviam ido à falência pouco antes do Holocausto. A compra do empreendimento daria ao então empresário a possibilidade de ter mais liberdade quanto aos ditos nazistas, incluindo a possibilidade de compra de mão de obra barata dos judeus.

No auge das atividades da empresa, a fábrica de metais possuía 1.750 funcionários dos quais mais de 1000 eram judeus. Com o passar do tempo, e com o objetivo de salvar a vida das vítimas do holocausto, Oskar se viu encurralado com as propinas que deveria pagar aos nazistas. Na realidade, o que protegia a fábrica e seus funcionários era a necessidade dos alemães em ter o maior número possível de recursos durante a guerra.

No começo, Schindler tinha interesse em pagar menos pelo trabalho. No entanto, ao longo do tempo, a relação do empresário com os judeus mudou e o patrão defendeu seus funcionários independente dos custos. Pessoas com deficiência, crianças e mulheres foram defendidos por ele.

Certa vez, a polícia nazista foi até a fábrica exigindo que uma família fosse entregue por causa de documentos falsos. De acordo com o próprio Schindler “Três horas depois de terem entrado em minha sala, dois oficiais bêbados saíram por essa porta sem seus prisioneiros e sem os documentos incriminatórios que estavam exigindo”.

Em 1941, uma operação nazista expulsou todos os judeus dos guetos, e os enviou para os campos de concentração. Schindler, sabendo disso, pediu para que seus funcionários passassem as noites escondidos na fábrica.

Fábrica de Oskar Schindler / Crédito: Wikimedia Commons

Certo tempo depois, passou a ser exigido que os fabricantes que abrigavam judeus fossem movidos para dentro dos campos de concentração. Sabendo disso, o protetor dos judeus conseguiu diplomaticamente construir um campo de concentração em sua própria propriedade.

No local, os judeus eram alimentados e alojados, além da possibilidade de realizar suas práticas religiosas. Com o final da guerra, Schindler parou de se relacionar com os nazistas, e os judeus que tiveram seu apoio fizeram um pedido para que ele fosse perdoado pelas vidas judias que salvou.

E graças ao filme, Spielberg ganhou seus primeiros Oscars, sete de uma vez, e jamais seria reconhecido apenas por suas fábulas com extraterrestres e dinossauros.


Saiba mais sobre a trajetória de Oscar Schindler através de importantes obras.

A lista de Schindler (edição de bolso), Thomas Keneally (2007)

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A lista de Schindler: A verdadeira história, Mietek Pemper (2010)

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