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Matérias / Múmias

A impressionante múmia desaparecida do faraó Seti I

Fora de seu sarcófago, o cadáver mumificado foi encontrado junto com outras importantes figuras do Egito Antigo em um local que tinha como intuito preservá-los de saqueadores

Isabela Barreiros Publicado em 07/04/2020, às 07h00

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A múmia do faraó Seti I - Wikimedia Commons
A múmia do faraó Seti I - Wikimedia Commons

Quando o explorador italiano Giovanni Belzoni fez uma grande descoberta em 16 de outubro de 1817 no Egito, ele não esperava ser surpreendido novamente ainda naquele dia. Ao encontrar a tumba do Faraó Seti I da 19ª dinastia, também denominada KV17, localizada no famoso Vale dos Reis, o pesquisador esperava deparar-se, também, com a múmia do homenageado pelo local.

No entanto, isso não aconteceu. Entrando na enorme sepultura, tudo o que Belzoni pôde ver foram as brilhantes decorações do local — mas nada do corpo mumificado de Seti I. A surpresa desapontou os exploradores, mas, ainda assim, achar o túmulo do faraó foi uma das mais importantes descobertas daquele tempo: hoje, ela é considerada a mais comprida tumba do Vale, com 136 metros.

A riqueza contida nas paredes do sarcófago é impressionante. Ele contém as mais bem preservadas relíquias egípcias já encontradas, que preenchem todas as suas onze câmaras mortuárias e salas que foram anexadas ao local. Um desses repartimentos do local final do faraó abrigava, ainda, um touro mumificado, que fez com que o explorador italiano pensasse que o túmulo havia sido criado para honrar Apis, um touro sagrado no Egito Antigo — o que não era verdade.

A tumba de Seti I / Crédito: Wikimedia Commons

Outra característica do túmulo chamou a atenção dos pesquisadores. Em uma das paredes da câmara, está ilustrado um importante ritual para os egípcios antigos. Chamada de “Abertura da Boca”, a prática religiosa consistia em devolver os sentidos das múmias, ou seja, trazê-las de volta à vida, na morte. A tumba ainda contém uma passagem muito misteriosa ainda nos dias de hoje: um túnel longo, que não foi completamente analisado por arqueólogos.

Mas ainda assim, mesmo com toda a importância da descoberta da tumba, que se tornou comprovação do auge artístico do período, ainda faltava uma parte essencial: a múmia de Seti I. Isso demorou alguns anos, mas, na década de 1880, o egiptólogo francês Gaston Maspero conseguiu resolver o enigma, encontrando o corpo mumificado em um ótimo estado de preservação, embora decapitado.

A importante figura foi filho de Ramsés I e Tiya, além de pai de Ramsés II. Faraó da 19ª dinastia do Egito no Império Novo, acredita-se que seu reinado tenha ocorrido entre 1290 a 1279 a.C.

Para entender porque a múmia não estava em seu local esperado, arqueólogos voltaram às anotações de Giovanni Belzoni, no intuito de encontrar algo que explicasse essa mudança de cenário. O explorador não havia mencionado nada sobre o túmulo estar trancado quando o encontrou, o que gera apenas suposições sobre o que teria acontecido no lugar antes da descoberta.

O que se sabe, porém, é que o sarcófago provavelmente sofria com constantes saques feitos por vândalos que iam até a região. Os pesquisadores acreditam que a múmia apenas sobreviveu a essas drásticas situações devido a uma tentativa de proteger os cadáveres mumificados de importantes líderes do Egito Antigo. Isso teria acontecido quando, em algum momento durante a dinastia 21, pessoas coletaram algumas múmias e as colocaram em uma outra tumba, para, assim, enganar saqueadores.

Além de Seti I, as múmias de Tutmés III e Ramsés II também foram encontradas em Deir el Bahri, na Necrópole de Tebas. A tumba, também conhecida como túmulo DB320, abrigava ainda pelo menos 50 restos mortais de faraós, rainhas e nobres do Egito Antigo, contando ainda com muitos equipamentos fúnebres dessas pessoas.

Crédito: WIkimedia Commons

O corpo mumificado do importante faraó estava embrulhado em uma amarela. Medindo por volta de 1,7 metros de altura, a cabeça da múmia foi separada do resto do torso, provavelmente pelos saqueadores que tentavam danificar as descobertas egípcias. Mais que isso: os vândalos ainda deterioraram os curativos do cadáver e esmagaram seu abdômen. O rosto do faraó permaneceu intocado.

Após análises feitas por cientistas, eles chegaram à conclusão de que o rei egípcio morreu inesperadamente com menos de 40 anos. Essa informação traz mais questionamentos sobre a vida e morte do faraó, porque isso contrasta o fato de que seu pai, Ramsés I e seu filho, Ramsés II viveram até uma idade avançada.

Ainda não há nenhuma certeza sobre o que teria o levado ao óbito precoce. Não existem marcas de violência no cadáver, e também não se sabe a condição de saúde do faraó. Pesquisadores sugeriram que ele pode ter morrido devido a uma doença que afetava seu coração, mas isso segue em investigação.


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