Em seu sítio no interior de São Paulo, o empresário mantinha mulheres de 16 a 21 anos em situação análoga à escravidão
Redação Publicado em 14/07/2023, às 17h23
Nesta sexta-feira, 14, Saul Klein foi condenado a pagar 30 milhões após ser acusado de explorar sexualmente mulheres em situação de vulnerabilidade. Cabe recuso para Saul. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, o empresário atraía as jovens com oportunidades de trabalho e depois as explorava sexualmente.
Conforme repercutido pelo g1, o valor da indenização, que totaliza 30 milhões, será doado à três organizações sem fins lucrativos, em decorrência dos danos morais causados às jovens, que foram expostas à situações análogas à escravidão, vigilância armada e abuso psicológico.
Os resultados da investigação apontaram que Saul explorava mulheres entre 16 e 21 anos prometendo empregos de modelo. As jovens, que eram social e economicamente vulneráveis, se dirigiam ao sítio de Klein em Boituva, interior de São Paulo, e eram forçadas a se relacionarem sexualmente com o empresário.
A condenação se deu após uma ação civil pública em outubro de 2022, acionada pelo Ministério Público do Trabalho. Na declaração, a entidade expôs o desprezo do réu com as vítimas e as consequências que a exploração trouxe para essas mulheres:
O desprezo do réu pela dignidade das mulheres, sua autonomia, liberdade e saúde sexual viola o pacto social e normativo de respeito à condição humana.”, disse o órgão. “[Ele] feriu aspectos íntimos da dignidade da pessoa humana, causou transtornos irreparáveis nas vítimas e mudou definitivamente o curso da vida de cada uma delas", afirmou a sentença.
