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Matérias / Argentina

Mais votado da Argentina, Javier Milei acredita que a venda de órgãos é 'mais um mercado'

Candidato que venceu as eleições primárias realizadas na Argentina é favorável a venda de órgãos

Redação Publicado em 14/08/2023, às 16h07 - Atualizado às 16h40

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Javier Milei - Getty Images
Javier Milei - Getty Images

O nome Javier Gerardo Milei se tornou um dos mais comentados entre internautas nas últimas horas. Economista e de extrema-direita, representa o partido Liberdade Avança. Ele venceu as eleições primárias na Argentina. Essa eleição é realizada para revelar quais serão os candidatos que poderão disputar as eleições presidenciais em outubro. 

Aos 52 anos, Javier é conhecido por posicionamentos extremos. Um deles, que tem despertado indignação, se refere a maneira como o político enxerga a venda de órgãos humanos.

Em entrevista à Rádio Mitre no ano passado, Javier disse que a venda de órgãosé 'mais um mercado'. Ele acredita que o Estado não deveria 'regular a venda'. 

"É mais um mercado, você pode pensar nisso como um mercado. Por que o Estado tem que regular tudo? Há estudos feitos nos Estados Unidos que dizem que se você deixar esses mercados livres, eles funcionariam muito melhor e você teria menos problemas. É uma decisão de cada um. Por que não posso decidir sobre meu corpo? Minha primeira propriedade é meu corpo, por que não posso dispor de meu corpo? O Estado não dispõe de meu corpo? ", disse ele, segundo repercutido pelo El Clarín.

O político Javier Milei /Crédito: Getty Images

Reações

Ele também comparou a decisão de vender órgãos com alguém que não tem dinheiro para comprar comida, em uma situação hipotética: "Se você não comprar o órgão que ele precisa para vender por fome, então ele acaba morrendo de fome, então não tem nem vida".

"É uma questão de decisão individual. Por que é tão difícil pensar em liberdade? Quem sou eu para entrar no corpo de outra pessoa? Quem decidiu vender o órgão para você, como isso afetou a vida de outras pessoas? O que isso afetou a propriedade dos outros? O que afetou a liberdade dos outros? Por que você tem que ter tanto amor pela intervenção para não deixar as pessoas viverem a vida como querem?", questionou ele.

Após a fala de Javier, o Instituto Nacional Central Único Coordinador de Ablación e Implante se manifestou contra o posicionamento de Javier. Foi explicado que a possibilidade de comprar ou vender órgãos "transforma o ser humano de sujeito em objeto e viola os direitos humanos e a dignidade humana". 

"O comércio de órgãos é proibido pela Lei dos Transplantes", relembrou o órgão, que também destacou que "baseia-se em decisão conjunta, altruísta e desinteressada, pelo que não pode haver contrapartida financeira". 

A polêmica

Diante da polêmica, Javier disse que quer "buscar mecanismos de mercado para resolver o problema".

"Uma das coisas que levantei é que mais de 350.000 pessoas morrem por ano. Pela lei, são todos potenciais doadores. Há 7.500 pessoas que estão sofrendo, esperando por transplantes. Há algo que não está funcionando bem", disse ele durante entrevista ao TN, repercutida pelo El Clarín em maio deste ano. "Ninguém precisa vender nem fazer nada. São 350.000 doadores por lei. A questão é por que você está bem com 7.500 pessoas sofrendo quando há 350.000 doadores em potencial por ano".

Questionado se é favorável ao comércio de órgãos, Javier não foi claro em sua resposta: "O que estou dizendo é que as coisas não funcionam como estão ".