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Matérias / Idade Média

Trabalho precário e inexperiência: O cotidiano dos médicos da Peste Negra

Os jovens profissionais ficaram conhecidos por suas roupas bizarras e métodos insólitos de tratar os doentes

Paola Churchill Publicado em 30/10/2020, às 14h00

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Ilustração de um médico durante a Peste Negra - Wikimedia Commons
Ilustração de um médico durante a Peste Negra - Wikimedia Commons

A Peste Negra foi a maior epidemia da história. Estima-se que o número de vítimas na Europa esteja entre 75 a 200 milhões de pessoas. A doença era causada por uma bactéria que se alojava nas pulgas que parasitavam os ratos, animais que eram muito comuns e ajudaram a propagar a doença.

Cidades eram assoladas pela doença, o número de mortes era tanto que mal existia pessoas para enterrar os defuntos. A solução encontrada pelos europeus era contratar médicos de segunda categoria, que ficaram conhecidos como médicos da Peste.

Os médicos da Peste

Grupo que se flagelava para se castigar pela peste / Crédito: Wikimedia Commons 

Esses jovens doutores ainda tinham pouca experiência e não possuíam um treinamento médico apropriado. Mas não era isso que importava, o que valia era a disposição dos voluntários de ir até as áreas atingidas e contar o número de mortos.

No começo, o objetivo desse grupo não era tratar dos pacientes, mas sim, acompanhar as baixas da peste bubônica, assistir autópsias para entender o que acontecia com o corpo doente e fazer o testamento.

Contratados e pagos pelos municípios, os profissionais da saúde cuidavam de todos, independente do status econômico. Contudo, ocasionalmente, inventavam suas próprias curas para cobrar mais dos pacientes mais afortunados.

O traje oficial

Demorou-se para que entender como realmente a pandemia se espalhou. A teoria mais comum era que a mazela se espalhava pelo ar fétido e não tinha um cuidado para que os que se aproximassem das zonas contaminadas estivessem devidamente equipados. Só foi em 1619 que um uniforme oficial foi criado por ChalesdeL’Orme, médico chefe de LuísXIII.

Como ele acreditava que os vapores fedorentos podiam pegar nas fibras das roupas e espalhar ainda mais a doença, Charles projetou um conjunto de casacos de couro, botas e luvas que protegesse os doutroes dos pés a cabeça. O traje ainda era revestido em sebo para repelir fluidos corporais. Para finalizar, eles usavam uma máscara em formato de bico de pássaro, para ter o mínimo de contato possível com o ar.

Mascára utilizada pelos médicos na época da peste negra/Crédito: Wikimedia Commons

Carregavam junto a si uma grande vara de madeira que servia para examinar os pacientes, mas também, caso necessário, afastar os mais desesperados e agressivos. Muitos cidadãos achavam que a praga era um castigo divino, então pediam aos médicos que os chicoteasse para terem o perdão de Deus.

Métodos macabros

Como os doutores não tinham uma compreensão profunda da doença costumavam abrir os cadáveres e tentar entender como a peste bubônica reagia dentro do organismo, mas esse método não tinham efeito.

Começaram então alguns tratamentos duvidosos e, muitas vezes, perigosos. Eles cobriam as bolhas cheias de pus pelo corpo dos infectados com excrementos humanos, pois achavam que aquilo aliviaria a dor e mataria a bactéria. Também faziam punções de sangue para drenar os líquidos que saíam das feridas, achando que assim, os pacientes estariam puros novamente. 

Os médicos de Peste com sua aste de madeira para curar os feridos/Crédito: Wikimedia Commons

A pior delas era quando eles cobriam os doentes com mercúrio e os colocavam em fornos para ver se o componente químico sugava a enfermidade. Essa experiência ao invés de ajudar acelerava as mortes e a propagação da infecção.

A peste negra só foi totalmente erradicada a partir do momento que foi implementada melhoras na higiene e nas medidas públicas. Além disso, foram decretadas as quarentenas.

A população saudável passou a ficar em casa, e só saiam quando era realmente necessário, enquanto os mais ricos iam para áreas mais afastadas da cidade para viver o isolamento.


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