Lenda da Fórmula 1, Schumacher chegou a ficar em coma induzido após grave acidente com esqui em 2013; seu estado de saúde é um mistério desde então
por Fabio Previdelli
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Publicado em 11/01/2024, às 19h00 - Atualizado em 22/01/2024, às 10h55
Lenda do automobilismo, Michael Schumacher é heptacampeão da Fórmula 1, fazendo história com a Ferrari no início dos 2000 — escuderia com a qual conseguiu cinco títulos e colocou seu nome para sempre no hall do esporte.
Em 2013, entretanto, um triste evento mudou para sempre a vida do piloto alemão: enquanto esquiava em Méribel, na França, Michael sofreu um grave acidente e, desde então, seu estado de saúde é um mistério. Relembre como foi o episódio e o que se sabe sobre a atual condição do heptacampeão!
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Na manhã de 28 de dezembro de 2013, Michael Schumacher estava esquiando com seu filho Mick, então com 14 anos, descendo o Combe de Saulire abaixo do Dent de Burgin acima de Méribel, nos Alpes franceses.
Ao cruzar uma área fora da pista segura, o heptacampeão sofreu um trauma ao bater a cabeça numa pedra. O acidente causou um grave ferimento, embora ele estivesse com um capacete de esqui. Segundo seu médico, conforme repercutido pelo portal Autosport, Schumacher teria provavelmente morrido se não estivesse usando proteção.
Após o acidente, a lenda da Fórmula 1 foi levada de helicóptero para um hospital que fica a cerca de 17 quilômetros do local — conforme recorda o Globo Esporte, todo o trajeto foi feito em menos de dez minutos. Transferido para Grenoble, o heptacampeão foi submetido a duas cirurgias.
Na ocasião, o médico Stéphane Charbardes explicou que o quadro do piloto era de "grave traumatismo, hematomas intracranianos e um edema difuso". Mantido em coma induzido até junho de 2014, nos meses anteriores Michael havia dado pequenos sinais encorajadores, como apresentar momentos de consciência à medida que era gradualmente retirado do coma induzido.
No dia 16 daquele mês, o alemão deu entrada em um hospital de Lausanne, na Suíça — onde, conforme apontou Sabine Kehm, assessora da família, seus prontuários médicos foram "claramente roubados" e depois oferecidos à imprensa por 50 mil euros.
Em setembro, ainda em 2014, Michael Schumacher foi levado para sua mansão em Glad, também na Suíça, onde prosseguiu com os tratamentos.
Desde então, seu estado de saúde é envolto em mistério e o que se sabe sobre a condição do piloto alemão é atualizada por breves comentários de pessoas dentro de seu círculo íntimo.
No mesmo mês que foi levado para sua mansão, o The Telegraph publicou uma entrevista com Philippe Streiff, ex-piloto e amigo de Michael, revelando que o alemão estava "paralisado e em cadeira de rodas".
[Ele] não consegue falar e tem problemas de memória", completou.
Já em maio de 2015, Kehm afirmou que a condição do piloto melhorava lentamente "considerando a gravidade da lesão que ele tinha". Mais de um ano depois, em setembro de 2016, seu advogado, Felix Damm, disse ao tribunal alemão que Schumacher "não consegue andar", negando uma reportagem publicada anteriormente pelo Die Bunte.
As notícias sobre o piloto praticamente cessaram por três anos. Novas atualizações só foram dadas por Jean Todt, ex-gerente da Ferrari e ex-presidente da FIA, em julho de 2019, quando alegou que o heptacampeão tinha um "bom progresso" mas também "lutava para se comunicar".
Em 2021, o documentário da Netflix, 'Schumacher', foi a única produção que teve a aprovação da família do piloto. Nele, Corinna, esposa do piloto, explicou a decisão de garantir a privacidade do esportista.
Estamos seguindo com nossas vidas. 'Privado é privado', como ele sempre disse. É muito importante para mim que ele continue aproveitando sua vida privada o máximo possível. Michael sempre nos protegeu, agora estamos protegendo Michael", declarou.
Ainda na produção, Mick Schumacher falou sobre a relação que mantém com o pai. "Desde o acidente, essas experiências, momentos que acredito que muitas pessoas têm com seus pais, não estão mais presentes [para mim] ou estão em um menor grau. Isso é um pouco injusto".
"Meu pai e eu nos entenderíamos de um jeito diferente agora, porque falamos uma linguagem semelhante, a linguagem do automobilismo. E teríamos muito mais sobre o que conversar. É nisso que eu penso a maior parte do tempo, o quão legal seria. Eu daria tudo por isso", prosseguiu.
Recentemente, em julho de 2022, Jean Todt voltou a falar sobre o amigo, revelando que os dois assistem corridas de Fórmula 1 juntos; sem dar muitos detalhes. "Não sinto falta de Michael porque eu posso vê-lo. E sim, é verdade, eu vejo as corridas com Michael. Mas claro, o que eu sinto falta é do que costumávamos fazer juntos".
Em março do ano passado, Eddie Jordan, que deu a primeira oportunidade para Michael na Fórmula 1, disse ao The Sun que Corinna faz um esforço inimaginável para cuidar do marido. "Faz quase dez anos e a Corinna não pôde ir a uma festa, um almoço, isso ou aquilo".
Ela é como uma prisioneira, porque todos iriam querer falar com ela sobre Michael, quando ela não precisa de lembretes a cada minuto", relatou.
Dias antes do acidente com Michael completar uma década, seu irmão, Ralf Schumacher, sugeriu que o heptacampeão, talvez, nunca se recupere completamente do episódio.
"Nada é como costumava ser", disse, apesar dos avanços da tecnologia médica. "A vida é injusta de vez em quando… Michael teve muita sorte ao longo de sua vida. Mas então houve um acidente trágico".
Por fim, na última terça-feira, 9, o ex-astro britânico da F1 Johnny Herbert, em entrevista ao portal BettingSites, deu as últimas informações que sabemos sobre o piloto: "Só ouço coisas de segunda mão".
Ouvi dizer que, de quem está na F1, ele se senta à mesa para jantar, mas não sei se isso é verdade. Só consigo ler nas entrelinhas".
"Não ouvimos muito da família e é compreensível. Isso sempre fez parte da maneira de Michael e da família manter tudo muito privado, muito secreto", prosseguiu. "Isso continua desde seus dias de corrida. Não sinto que as coisas tenham evoluído da maneira que muitos de nós que o conhecíamos e muitos de seus fãs ao redor do mundo gostaríamos de ver".
Assim, Herbert disse acreditar que o piloto deve estar na mesma situação em que se encontrava após o acidente.
"Na minha opinião, e devo enfatizar isso, porque não tivemos notícias da família, isso mostra que infelizmente ele provavelmente está na mesma situação que estava logo após o acidente", opinou Herbert.
"Suponho que a família esteja esperando que a ciência apresente algo que traga de volta o Michael que todos conhecemos e para as pessoas que só o viram através das imagens da televisão quando ele estava sendo dinâmico em uma pista de corrida", finalizou
