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Matérias / Grammy

No Grammy, Bob Dylan foi surpreendido por um invasor sem camisa

No palco da quadragésima edição do Grammy, o lendário músico foi surpreendido com uma invasão bizarra

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 05/02/2023, às 19h00

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Momento da invasão durante apresentação - Divulgação / Vídeo / YouTube
Momento da invasão durante apresentação - Divulgação / Vídeo / YouTube

Em 1998, ocorria a quadragésima edição do Grammy Awards, mais importante premiação da música mundial e que, naquele ano, protagonizava duas polêmicas envolvendo o maior nome da história da folk music; o músico norte-americano Bob Dylan. Contudo, em ambas, ele sequer teve participação nas decisões.

A premiação promovida pela National Academy of Recording Arts and Sciences, principal organização dos Estados Unidos de músicos, produtores e outros trabalhadores relacionados a classe de produção de áudio, escolheu 5 discos notórios no ano anterior para a categoria de ‘Álbum do Ano’.

Um deles era ‘OK Computer’, da banda britânica Radiohead, considerado pela Farout Magazine como “o álbum da década” ao misturar rock popular com elementos experimentais, vendendo mais de 7 milhões de cópias pelo mundo. Outro concorrente, no entanto, era 'Time of The Mind', de Bob Dylan, considerado pelo Los Angeles Times como o ‘álbum que reviveu sua carreira’.

O embate era direto em uma das principais categorias, com os britânicos sendo ovacionados durante o anúncio dos indicados na categoria. Contudo, ao término da leitura, Bob se tornou o campeão, levantando outras 4 estatuetas ainda naquela noite, enquanto ‘OK Computer’ vencia apenas como 'Melhor Álbum de Música Alternativa'.

Situação embaraçosa

A surpresa poderia ser suficiente — se não fosse que, ao apresentar uma das canções do disco naquela noite, Dylanse tornaria coadjuvante da segunda polêmica. Cantando ‘Love Sick’, música que abre o disco vencedor, o palco do Radio City Music Hall estava disposto com poucos elementos.

Luz amarelada, banda ao vivo e acústica, trajes de gala e, ao redor da banda, figurantes contratados para dançarem enquanto a canção era executada. Contudo, um dos figurantes decidiu usar o espaço do músico para brilhar; de nome Michael Portnoy e, na época com 26 anos, ele receberia US$ 200 dólares apenas para bater palmas em roupas pretas e não sair do local.

Michael, no entanto, era um artista performático em tempo integral e, sem avisar ninguém da produção ou organização do ato, tirou a camiseta no meio da canção e, com os dizeres “Soy Bomb” (“bomba de soja”, em tradução livre) desenhado no peito, passou a realizar uma biodança como forma de protesto.

Em um cenário confuso para o público, ele conseguiu 35 segundos de tela em uma transmissão internacional antes de ser retirado por um segurança. De acordo com o The Hollywood Reporter, cerca de 20 milhões de espectadores acompanhavam o evento pela televisão, tornando o caso amplamente comentado no dia seguinte.

Em entrevista ao mesmo veículo, Portnoy reconheceu o ato como uma "piada com o meu corpo" e que, nos anúncios do ano seguinte, a própria premiação estava se promovendo como "selvagem" e "imprevisível" pelos atos repentinos de sua transmissão ao vivo.

Um dos caras que trabalhava com o diretor de elenco, e sabia que isso não deveria acontecer, veio me buscar. Eles me escoltaram nos bastidores. Eles foram muito legais, nada violentos e me colocaram do lado de fora na 50th Street”, acrescentou.