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Matérias / Arte

O detalhe que pode passar despercebido na Pietà mais famosa de Michelangelo

A mais famosa Pietà, de Michelangelo, carrega histórias curiosas

Éric Moreira Publicado em 24/04/2023, às 16h34 - Atualizado em 18/08/2023, às 17h23

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'A Pietà', de Michelangelo Buonarroti - Foto por Stanislav Traykov pelo Wikimedia Commons
'A Pietà', de Michelangelo Buonarroti - Foto por Stanislav Traykov pelo Wikimedia Commons

Ao longo da História da Arte, muitos são os movimentos e artistas que se tornaram extremamente marcantes, sendo, muitas vezes, facilmente associadas a algumas obras em específico. Afinal, quase todo mundo conhece a 'Mona Lisa' feita pelo artista da Vinci, 'A Noite Estrelada' de van Gogh ou 'A Criação de Adão', de Michelangelo.

Este último, no caso, não limitou os esforços em vida somente à pintura. Além de pintor, Michelangelo também era escultor, poeta, anatomista e arquiteto, sendo considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente. E entre suas obras mais famosas estão a emblemática estátua de 'David' e a 'Pietà'.

Estátua de 'David', de Michelangelo
Estátua de 'David', de Michelangelo / Crédito: Foto por Commonists pelo Wikimedia Commons

Esculpida em mármore de Carrara, a Pietà foi um modelo de escultura recorrente na Europa no passado, sendo um forte símbolo do Cristianismo: retrata geralmente o corpo morto de Jesus sobre o colo de Maria.

Sendo isto apenas um modelo do que ser retratado, de forma que podem ser vistas Pietàs, inclusive, em pinturas, Michelangelo confeccionou algumas ao longo da vida. Mas ainda assim, a mais famosa é aquela localizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Construção

No dia 19 de novembro de 1497, o cardeal francês Jean Bilhères de Lagraulas encomendou ao renomado artista Michelangelo Buonarroti uma escultura da Pietà em seu túmulo, providenciando-lhe um bloco de mármore de Carrara. Então, após um ano de trabalho — pouco, se considerarmos que 'David' levou mais de dois anos para ser finalizada —, a estátua medindo 1,74m x 1,95m foi concluída.

Porém, neste meio tempo Lagraulas faleceu, sem tê-la visto terminada, de forma que foi, então, destinada à capela de Santa Petronilla, junto ao braço meridional da antiga Basílica de São Pedro, onde foi sepultado. 

Então, vinte anos depois, a escultura ainda foi transferida para outra parte da Basílica de São Pedro, onde permaneceu por certo tempo, e  foi posteriormente alocada no local em que se encontra até hoje: na primeira capela à direita da Basílica, junto à entrada.

Outra curiosidade sobre a 'Pietà' de Michelangelo é que, apesar de conhecida ao redor do mundo, um detalhe da obra pode passar despercebido para quem a observa ou encontra imagens nas redes sociais. 

Detalhe ampliado da Pietá, de Michelangelo /Crédito: Aventuras na História

Em uma estreita faixa sobre a túnica da Virgem Maria é possível ler a inscrição: "MICHEL.A[N]GELVS. BONAROTVS.FLORENT[INVS] FACIEBA[T]" ("Michelangelo Buonarroti de Florença fez", traduzindo do latim). 

Ilusão de ótica?

Michelangelo desenvolveu um processo ambíguo sobre esta Pietà, de acordo com o site do Info Escola: por um lado, a escultura era realista e repleta por detalhes impressionantes, como dobras de roupas, semblantes e gestos; por outro, ele promoveu uma ilusão de ótica, com uma grande desproporção entre os corpos de Maria e de Jesus.

A Basílica de São Pedro
A Basílica de São Pedro / Crédito: Foto por Jebulon pelo Wikimedia Commons

Para disfarçar o quão maior o corpo de Maria era com relação ao de Jesus, o escultor a fez trajando uma túnica rica em panos e dobras, criando assim uma espécie de ilusão de ótica. Mas fato é que, caso ambas as figuras fossem feitas em pé, com as mesmas proporções, a feminina acabaria bem mais alta que a do mártir.