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Matérias / Personagem

O homem por trás do mito: a vida íntima do Barão Vermelho, o maior piloto da Primeira Guerra

Conhecido por ter abatido mais de 80 aviões durante o conflito, pouco se sabe sobre o homem complexo da vida fora dos campos

Nicoli Raveli Publicado em 18/04/2020, às 09h00

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Manfred von Richthofen - Getty Images
Manfred von Richthofen - Getty Images

Manfred Von Richthofen, mais conhecido como Barão Vermelho, é um dos nomes mais conhecidos da Primeira Guerra Mundial. O destemido piloto de caça combateu mais de 80 aviões e fez com que sua trajetória fosse transformada numa lenda.

Seu apelido, que teve influência pela cor de sua aeronave, causava medo nos inimigos. Entretanto, pouco se sabe sobre a vida íntima do jovem prussiano que morreu em 1918, enquanto perseguia um caça inglês e foi atingido.  

Por trás das perseguições

O historiador Joachim Castan, de 41 anos, foi o primeiro a realizar a biografia do piloto. Durante três anos, o escritor e um documentarista pesquisaram sobre sua vida, além de obter acesso a diversas cartas e escritos inéditos. Assim, todo o estudo resultou em um livro intitulado Die Ganze Geschichte (Toda a História, em português) que foi lançado em 2007.

Não obstante, a biografia aborda temas que nunca receberam devida atenção, até o momento, como o ser complexo que existiu por trás da figura de piloto. “Devo admitir que tinha uma imagem de von Richthofen antes de começar minha pesquisa sobre ele como o último verdadeiro cavalheiro dos céus em uma guerra brutal desumanizada e industrializada, participando heroicamente de duelos no ar”, disse Joachim.

No livro, foi exposta a paixão do jovem pela caça. Devido a influência de seu pai, o Barão Vermelho se mostrou interessado pela atividade desde os 11 anos. Dessa maneira, Manfred foi transferido para uma escola de cadetes na Prússia com o objetivo de ser treinado como um soldado.

“Ele levou sua paixão pela caça aos seus, transpondo-a individualmente. Ele estava cumprindo seu dever de defender sua pátria. Ao mesmo tempo, ele estava satisfazendo sua paixão pela caça”, comentou o historiador.

Joachim também revelou ter descoberto a existência de um mito bem conservado do combatente. A lenda propagava a ideia de que o jovem abatia aeronaves, mas garantia, sempre que possível, que o piloto sobrevivesse. 

De acordo com o escritor, esse mito foi apenas uma imagem criada pela propaganda alemã em 1917. “Eles precisavam de um jovem herói radiante e bonito, um vencedor que pudesse ser servido a uma sociedade relativamente desmoralizada”.

Sangue frio

Ao mesmo tempo, o historiador oferece uma visão completamente diferente sobre o piloto. Para ele, o homem – que era corajoso e ambicioso – também agia a sangue frio e seu único objetivo era atingir a maior quantidade de aeronaves possíveis.

Richthofen se tornou o maior combatente aéreo da História / Crédito: Domínio Público

Castan também afirmou que esse fato foi escrito pelo próprio combatente. "Eu nunca entro em uma aeronave por diversão. Aponto primeiro para o chefe do piloto, ou melhor, para o chefe do observador, se houver algum", escreveu o aviador.

Além da sede de vitória, havia um homem que não expressava sutileza, já que ele mesmo relatou que, ao derrubar um inglês, sua paixão pela caça se acalmava por pelo menos quinze minutos.

Após abatê-los, o homem recolhia diversos elementos dos aviões inimigos pra colecioná-los como troféus. Além disso, os objetos eram utilizados como decoração em seu quarto. 

Entretanto, Castan relata que isso não faz com que as atitudes o transformem num assassino brutal. De acordo com as escrituras do piloto, ele sempre refletiu sobre seus atos e houve vezes que se sentiu mal pelo seu trabalho. Segundo a biografia, o homem ficava em seu quarto durante horas e não dialogava com ninguém.   

Fokker de Richthofen / Crédito: Domínio Público

Mais tarde, a partir de 1917, o piloto também passou a ter questionamentos sobre o fim da guerra. “Para mim, ele é uma figura trágica, lutando fanaticamente, sem remorsos, em uma guerra perdida. Eu acho que ele gradualmente percebeu que havia chegado a um beco sem saída”, disse o autor.

Em um breve texto, o Barão relatou um pensamento mais insolente. Assim, explicou que a guerra não é como ele esperava. Não é divertida, nem heroica, apenas um momento triste. Não obstante, sua angústia ascende e sua vida torna-se sombria. 

No cinema

Em 2008, o filme intitulado O Barão Vermelho, Nikolai Muellerschoen, reforça, em partes, a imagem do mito de Richthofen. Dessa maneira, sua figura de caçador radiante é ressaltada e ele se torna um homem bom após se apaixonar por uma enfermeira.

“É uma maneira de ver von Richthofen que é popular no momento - como uma espécie de herói quebrado que é relativamente inocente em alguns aspectos”, disse Castan.


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