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Matérias / Titanic

O instigante e valioso quadro que afundou com o Titanic

'La Circassienne au Bain', do pintor francês Merry-Joseph Blondel, foi um dos objetos que afundaram com o Titanic em 1912; confira!

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 28/08/2023, às 17h41 - Atualizado em 07/01/2024, às 11h29

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Ilustração de 1912 imaginando naufrágio do Titanic e a obra 'La Circassienne au Bain' - Domínio Público via Wikimedia Commons
Ilustração de 1912 imaginando naufrágio do Titanic e a obra 'La Circassienne au Bain' - Domínio Público via Wikimedia Commons

Era madrugada entre os dias 14 e 15 de abril de 1912, quando aconteceu aquela que ficaria conhecida como uma das maiores tragédias marítimas da história: o naufrágio do RMS Titanic. Com o incidente, mais de 1.500 pessoas morreram nas frias águas do Atlântico, e o mundo náutico não seria mais o mesmo.

Na época, o ilustre Titanic era vendido como a maior embarcação do mundo, e munida das mais avançadas tecnologias marítimas existentes. Logo, muita gente tinha confiança no projeto, e o derradeiro acidente foi um grande e trágico imprevisto.

Entendendo todo o empenho técnico-científico empregado na construção do RMS Titanic, da companhia britânica White Star Line, é comum que alguns pensem nos valores exorbitantes gastos para tal. Porém, o naufrágio não foi o único fator em toda essa história que levou grandes prejuízos à empresa responsável pelo navio: afinal, ali dentro também havia luxos de todos os tipos, inclusive pertences a passageiros.

Em agosto de 1913, mais de um ano depois do naufrágio, o The New York Times informou que reivindicações de seguro por perda de vida ou de propriedade pelo naufrágio havia alcançado a quantia de US$ 16,8 milhões, ao todo. 

E entre esses artigos reivindicados, para a infelicidade da White Star Line, uma peça em específico se destaca: um grande quadro do pintor neoclássico francês Merry-Joseph Blondel, 'La Circassienne au Bain'.

Ilustração retratando o naufrágio do RMS Titanic
Ilustração retratando o naufrágio do RMS Titanic / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

'La Circassienne au Bain'

Segundo a Revista Casa e Jardim, o quadro 'La Circassienne ao Bain', de Merry-Joseph Blondel não era apenas um simples artigo a bordo do RMS Titanic: aquele era o item de maior valor de seguro solicitado depois do naufrágio, em uma quantia avaliada de US$ 100 mil, nos valores da época (hoje, isso seria relativo a US$ 3 milhões).

Na época, era de posse do empresário sueco Mauritz Håkan Björnström-Steffansson, que descreveu em seu pedido de seguro que a obra possuía 2,5 m de altura por 1,20 m de largura. Vale pontuar, ainda, que não se sabe como o homem adquiriu aquele artigo, ou o que faria com ele quando chegasse nos Estados Unidos, onde continuaria seus estudos de engenharia química.

A pintura — também conhecida como 'Une Baigneuse' —, por sua vez, retratava uma mulher de corpo inteiro, nua e entrando no banho, em um estilo bem similar ao de outros quadros da antiguidade clássica.

Reprodução de 'La Circassienne au Bain' feita em 2010 por John Parker
Reprodução de 'La Circassienne au Bain' feita em 2010 por John Parker / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Hoje, o valor pago pela White Star Line à Mauritz não é conhecido, mas sabe-se que, ao fim de todas as negociações, a quantia paga pela empresa foi bem inferior ao solicitado inicialmente. 

Outras perdas

Além do enorme e caríssimo quadro, inúmeros itens valiosos foram perdidos com o naufrágio do RMS Titanic. Entre eles, inclusive, um veículo Renault Type CB Coupe de Ville 1912, pertencente a William E. Carter — que também sobreviveu —, estimado na época em US$ 5 mil.

A bordo havia ainda uma cópia de diversos ensaios do político e filósofo britânico Francis Bacon, de 1598, e uma luxuosa edição do Rubaáyyát, de Omar Khayyam, que continha capa de couro marroquino, era incrustado em ouro, marfim e com mais de mil pedras preciosas — sendo, assim, a encadernação mais cara já feita, até então