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Matérias / Brasil

O jovem que ficou um ano injustamente preso e morreu horas antes de ser liberado

O caso ocorreu no início deste mês no Tocantins e chama atenção pela demora da decisão

Redação Publicado em 18/10/2022, às 20h00

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Fotografia de Briner - Divulgação / Redes sociais
Fotografia de Briner - Divulgação / Redes sociais

No dia 12 de outubro de 2021, uma batida policial em um apartamento localizado em Palmas, no Tocantins, mudaria para sempre a trajetória de um morador local, anteriormente conhecido na região por intervenções humorísticas através das redes sociais, algo que, após esta data, nunca mais pôde realizar.

Naquela data, ao invadir a residência que ele dividia com outro homem, sem nenhum vínculo profissional ou familiar, a polícia localizou uma pequena estufa contendo plantas de maconha, sendo suficiente para prender o proprietário e também seu colega de quarto, que tentou argumentar que nada tinha a ver com a plantação artesanal.

As explicações contínuas não foram suficientes; dada a quantia, o rapaz, identificado como Briner Bitencourt, foi enquadrado por tráfico de drogas, iniciando uma mobilização familiar para tentar provar que o garoto de 22 anos era inocente, contratando advogados e angariando atenção nas redes sociais para provar o erro jurídico que o levou para a prisão, fazendo o garoto ter a ficha criminal marcada e ainda perder o emprego de motoboy.

Antes mesmo da prisão, acumulava milhares de seguidores no Instagram e TikTok, ironizando em vídeos a rotina de motoboy, elaborando esquetes de comédia, sempre acompanhado de sua motocicleta vermelha, tanto em piadas relacionadas ao cotidiano quanto em demonstrações de habilidade, ao empinar o veículo e conduzi-lo apenas com a roda traseira.

Passos finais

Pelas redes sociais, se tornou conhecido localmente como 'Calango-grau', fazendo com que seu perfil atraísse mais de um milhão de visualizações. Entretanto, a prisão fez com que a página servisse para a família impulsionar a luta para provar sua inocência, com comentários nas publicações feitas pelo rapaz pedindo justiça.

Mesmo com advogados juntando provas para provar que a maconha apreendida não tinha nenhuma relação com Briner, ele teve de habitar uma penitenciária por um ano completo, aguardando a aprovação dos trâmites relacionados a sua contestação.

No entanto, vivendo dentro do complexo prisional, o rapaz começou a relatar, nos encontros com membros de sua defesa e em visitas de familiares, que começou a sentir fortes dores abdominais, sem conseguir atribuir um motivo.

Em entrevista ao portal de notícias UOL, Beatriz, irmã do rapaz, chegou a acrescentar que ele sequer conseguia se alimentar devido a dor, piorando principalmente em seu décimo segundo mês de detenção. Foi justamente nessa época em que seu processo entrou em reta final, acatando as provas da defesa.

No dia 7 de outubro deste ano, uma sexta-feira, a decisão do juiz atribuiu inocência ao rapaz, decisão que seria cumprida a rigor no próximo dia útil. Contudo, naquele fim de semana, sua saúde se agravou, chegando a ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento próxima para receber cuidados médicos, sem sucesso.

Durante a madrugada daquele dia com o seguinte, quando seria liberto, ele faleceu, antes mesmo do recebimento de sua liberdade pela Central de Alvarás de Soltura da Polícia Penal do Tocantins. Agora, sua família protesta pela demora da decisão e da liberação, que poderia ter permitido, ao menos, que a família o acompanhasse durante os atendimentos médicos.