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Matérias / Roma Antiga

O local dos prazeres mundanos: a cidade romana submersa de Baia

Diversos imperadores construíram suas próprias vilas no local que é conhecido como a Las Vegas do Império Romano

Isabela Barreiros Publicado em 06/06/2020, às 07h00

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Estátua encontrada em Baia - Divulgação
Estátua encontrada em Baia - Divulgação

Os ricos de hoje não são muito diferentes dos da Antiguidade. Resorts, cidades quase exclusivas para casas de veraneios e luxo praiano são realidade atualmente, mas também já eram há mais de dois mil anos atrás. Os romanos, inclusive, construíram um local que tinha especialmente esse intuito.

A cidade de Baia era para onde os mais endinheirados do Império Romano iam para curtir a vida sem se preocupar com nada. Lá, passariam os dias em praias, termas e piscinas enormes onde poderiam satisfazer desejos velados. Foi assim, então, que ela ficou conhecida por ser voltada para “prazeres mundanos”.

Os mais poderosos governantes de Roma iam para o que provavelmente pode ser designado como “Las Vegas” da Antiguidade, que estava localizado 30 quilômetros de Nápoles. O balneário estava em uma área vulcânica ativa, na Península Cumaean nos Campos Phlegraean. A costa oeste da Itália foi o maior palco da moda dos ricos.

Um dos banhos de Baia / Crédito: Wikimedia Commons

O local se tornou ainda mais famoso especialmente no final da República Romana, quando Capri, Pompéia e Herculano passaram a ser consideradas inferiores às possibilidades de Baia. Entre 100 a.C. e 500 d.C., muitos dos super-ricos construíram enormes vilas luxuosas no balneário.

Caio Mário, Lúculo e Pompeu frequentavam o local famoso por satisfazer caprichos e desejos. Além deles, o famoso Júlio César construiu uma vila na cidade, sendo grande parte do local propriedade imperial de Augusto. Outro importante imperador a desenvolver raízes no resort foi Nero, que por volta do meio do século 1 ergueu uma vila para si. Adriano morreu em sua própria casa em Baia, que também era o lugar favorito do estatista Septímio Severo.

Mas as aventuras dos ricos também carregavam problemas, como corrupção e escândalos. O hedonismo era levado como regra e ao extremo, revelando o lado extravagante e explicitamente sexual dos romanos.

Hoje em dia

Azulejos dos banhos / Crédito: Divulgação

Atualmente, vemos que a parte baixa de Baia foi submersa ao mar. Acredita-se que isso tenha decorrido da atividade vulcânica presente no local e também devido ao bradissismo, que são movimentos lentos de deformação da Terra, modificando as altitudes de maneira sensível. Pesquisadores e arqueólogos subaquáticos vêm organizando expedições para descobrir o que sobrou da cidade.

Existem ainda belos edifícios que podem ser observados no sítio arqueológico debaixo d’água. Eles estão protegidos devido a sua alta importância na história de Roma e da ciência arqueológica.

Acredita-se que em 1803 pessoas tenham ido até o local e escavado uma estátua que levou o nome de Afrodite de Baia, uma espécie de variante da Vênus de Médici. O banqueiro e colecionador de arte inglês Thomas Hope a exibia em sua galeria na Duchess Street, em Londres. Além dela, diversas estátuas romanas foram descobertas.

Crédito: Divulgação

Em cima da terra, o que vemos são diversos templos, como o grande Templo de Mercúrio, o Templo de Vênus e o Templo de Diana. Eles eram atribuídos às maiores e mais famosas vilas da cidade, sobrevivendo ao tempo e as adversidades até os dias de hoje. Arqueólogos perceberam que embora os locais levassem esses nomes eles eram, na verdade, partes de banhos termais.

Vários destes ainda podem ser observados na região que um dia foi Baia. Desde 1941, pesquisadores vêm dado uma enorme atenção ao local, realizando intensas escavações. Eles revelaram, submersos, vestígios de complexos térmicos, banhos públicos e privados e restos de vilas inteiras. O que mais surpreende é que os antigos construíram um sistema complexo de câmaras que utilizava o calor subterrâneo em construções que funcionam como as saunas de hoje em dia.


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