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Matérias / Dia D

'O mais longo dos dias': Neste dia, em 1944, acontecia o Dia D

Desembarcar nas areias da Normandia sob fogo inimigo não seria uma tarefa fácil

Redação Publicado em 06/06/2023, às 09h15 - Atualizado às 09h17

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A foto que eternizou o 'Dia D' nos livros de História - Domínio Público
A foto que eternizou o 'Dia D' nos livros de História - Domínio Público

Duas batalhas definiram a derrocada da Alemanha na II Guerra Mundial. A primeira foi em Stalingrado, entre julho de 1942 e fevereiro de 1943, quando os alemães sofreram a primeira grande derrota na guerra. Perderam 500 mil soldados, uma quantidade imensa de armamentos e o moral do exército ficou abalado. A partir dessa batalha, a União Soviética inverteu o curso da guerra no seu território e as tropas comandadas por Stalin se dirigiram para Berlim.

A segunda grande batalha icônica foi o desembarque aliado nas praias da Normandia, conhecido como Dia D, que estabeleceu uma cabeça de ponte no continente europeu, onde os navios poderiam desembarcar soldados, armas e mantimentos.

Os aliados já haviam desembarcado na Sicília, no verão europeu de 1943, e subiam pelo Sul da Itália em direção a Áustria e Alemanha. Após o “Dia D”, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e França, a partir das praias francesas, avançavam pelo oeste e a União Soviética atacava pelo Leste, onde todos se encontrariam em Berlim, em abril de 1945.

O desembarque nas praias da Normandia, com o codinome “Operation Overlord”, conhecido como “Dia D”, foi planejado nos mínimos detalhes, caso falhasse, dificilmente haveria uma segunda oportunidade. O segredo da operação foi tão bem conduzido, assim como o despistamento, que até o ataque começar, os alemães acreditavam que o desembarque seria mais ao norte, perto de Calais, quase na fronteira com a Bélgica, e lá posicionaram a maioria da defesa. Calais fica mais perto da Inglaterra, e o alto comando alemão acreditou que isso seria determinante para o desembarque.

No dia 6 de junho de 1944, 130 mil soldados desembarcaram em cinco praias francesas da Normandia, que também receberam codinomes para impedir que a espionagem alemã descobrisse o secretíssimo plano aliado. Foram apoiados por 23 mil paraquedistas lançados atrás das tropas nazistas na noite anterior. 50 mil veículos, entre tanques e caminhões, chegaram as praias francesas. Mais de 7.000 navios e 11 mil aviões participam da operação.

Sob fogo inimigo

O Marechal Erwin Rommel, herói alemão nas batalhas de tanques do norte da África, comandava a resistência na Normandia. Suas tropas, mais bem posicionadas, sobre as praias e dentro de casamatas, conseguiram resistir por cinco dias. Apesar do fator surpresa no local do desembarque, os aliados sofreram 10 mil perdas, 8% das tropas, só no primeiro dia de batalha. Desembarcar nas areias da Normandia sob fogo inimigo não foi uma tarefa fácil.

Além dos tiros e bombas despejadas sobre suas cabeças, muitos soldados que pulavam dos barcos que os levavam as praias morreram afogados pelo peso dos equipamentos que carregavam. Por fim, no dia 11 de junho, com intenso apoio da força área e dos poderosos canhões dos navios aliados, conseguiram romper as defesas nazistas e unir as cinco forças que desembarcaram em Omaha, Sword, June, Utha e Gold, as assim denominadas praias francesas.

Tropas norte-americanas se aproximam da praia de Omaha /Domínio Público

Mesmo sendo atacada a Leste pela União Soviética, a Alemanha mostrava feroz resistência e só no dia 25 de agosto, as tropas que desembarcaram na costa francesa conseguiram libertar Paris. Assim como a batalha de Stalingrado reverteu o rumo da guerra para a União Soviética, a “Operation Overlord” foi crucial para que os Estados Unidos e a Inglaterra derrotassem a Alemanha nazista.

A dificuldade do desembarque e o imenso número de baixas no primeiro dia, fez com que o “Dia D” também ficasse conhecido como “O mais longo dos dias”, nome criado por Cornelius Ryan, autor do livro homônimo.


*Marcio Pitliuk é professor do StandWithUs-Brasil e autor dos livros O homem que venceu Hitler, A alpinista e O engenheiro da morte, todos sobre o Holocausto.

O texto de Marcio foi proporcionado pela StandWithUs Brasil, instituição que trabalha para lembrar e conscientizar sobre o antissemitismo e o Holocausto, de maneira a usar suas lições para gerar reflexões sobre questões atuais.