Ainda que possam ser confundidos, os moluscos marinhos contam com características únicas que os diferenciam
Redação Publicado em 04/09/2022, às 10h00
Embora possam ser confundidos por muitas pessoas, a lula e polvo contam com características bastante específicas que os diferenciam. Os animais são moluscos marinhos do grupo dos cefalópodes, o que os torna parecidos e capazes de serem tratados como se fossem iguais.
Já em sua forma, os dois são diferentes. Enquanto a lula tem um corpo mais alongado, em forma de tubo e dividido em três partes (sendo estas cabeça, tentáculos e manto, como é chamada a cavidade muscular que envolve seu corpo), o polvo é mais arredondado.
Em torno da boca do primeiro, ficam localizados oito braços cheios de ventosas e dois tentáculos que, mais compridos, contam com ventosas apenas nas pontas, além de duas nadadeiras triangulares ao longo do corpo, que auxiliam as lulas a nadarem. Por outro lado, os polvos não possuem tentáculos nem nadadeiras.
Para se locomover, a lula usa um impulso através de um jato de água expelido por um sifão que fica próximo a sua cabeça, assim como pela ajuda do movimento de suas nadadeiras. Já o polvo rasteja pelo fundo do mar, usando os braços e, para se deslocar mais rapidamente, pode ejetar água do mesmo jeito que a lula. Os animais, no entanto, são bem mais lentos por não possuírem nadadeiras.
O tamanho deles também é bastante variado. Contando com uma enorme diversidade e muitas espécies, as lulas podem variar de 1,5 centímetro a mais de 10 metros de comprimento.
A mais comum delas tem apenas 70 centímetros, chamada de Loligo plei, geralmente encontrada nas águas costeiras do Oceano Atlântico. Mas as lulas também contam com o maior invertebrado do mundo, a lula-colossal, que habita o Oceano Antártico e pode chegar a pesar até 450 quilos.
Ainda que possua variação de tamanho, os polvos tendem a ficar menores que as lulas. Isso porque eles podem medir desde 5 centímetros a quase 6 metros. A espécie de polvos com maior população é a de Octopus vulgaris, o polvo comum, que tem em média 70 cm.
Além de características físicas singulares a cada um deles, a lula e o polvo contam com outros aspectos diferentes, especialmente quando tratamos de seus habitats e forma de alimentação.
Enquanto a maioria das lulas prefere passar grande parte da vida nadando na superfície, principalmente em busca de alimento, os polvos passam boa parte do tempo no fundo do mar, habitando águas costeiras e progundas, ficando em rochas ou escombros, onde se escondem entre rochas e escombros, à espera de uma possível presa.
É importante destacar, porém, que como existem muitas espécies desses animais, alguns deles podem fugir ao mais comum. É o caso da lula gigante, que, embora a maioria passe a vida na superfície, pode chegar a nadar cerca de 2 mil metros de profundidade.
Quanto à alimentação, a lula é carnívora e come principalmente peixes e crustáceos. As são capturadas com a ajuda dos dois tentáculos e imobilizadas com os oito braços, além de serem rasgadas e cortadas por um par de mandíbulas móveis feitas de quitina, em forma de bico.
Já o polvo se alimenta de peixes, siris, mariscos e outros animais invertebrados, usando os braços para caçá-los. Ele os mata com o bico quitinoso, assim como a lula, e usa o veneno das glândulas salivares para terminar o trabalho.
Um aspecto muito importante desses animais também é a forma com que eles lidam com seus próprios predadores, sendo conhecidos pelos jatos de tinta que expelem. A estratégia de defesa da lula é principalmente fugir, já que pode ser tão rápida e ágil quanto os peixes, mas ainda pode usar os famosos jatos de tinta. Ela também consegue mudar de cor devido aos cromatóforos de seu corpo, que são células de pigmentação.
O polvo, bem mais lento, se utiliza da bolsa de tinta quando precisa fugir de algum predador, assim como a camuflagem. A maioria dos polvos são capazes de mudar a cor e textura da pele, conseguindo imitar pedras e algas.
