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Matérias / Personagem

Vestido ensanguentado: a saga de Jackie após o assassinato de John F. Kennedy

A primeira dama estava na limusine no momento dos disparos e presenciou momentos conturbados após o então presidente dos EUA ser baleado fatalmente

Nicoli Raveli Publicado em 12/05/2020, às 07h00 - Atualizado em 18/06/2021, às 10h30

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Exposição Jacqueline Kennedy em 2004 no Field Museum em Chicago - Getty Images
Exposição Jacqueline Kennedy em 2004 no Field Museum em Chicago - Getty Images

Jacqueline Kennedy, esposa de John F. Kennedy, se mantinha afastada dos compromissos políticos do companheiro. Todavia, a mulher – que estava abatida devido à morte de seu bebê prematuro, Patrick Bouvier Kennedy – decidiu acompanhar seu marido até o Texas.

Ninguém esperava, entretanto, que a visita à cidade de Dallas seria marcada por um terrível crime. Durante um desfile presidencial em 1963, o 35° presidente dos Estados Unidos foi assassinado enquanto saudava a população dentro de seu carro.

Itens de John F. Kennedy e Jacqueline em exibição em uma prévia do leilão na Trump Tower em 2005 / Crédito: Getty Images

Acredita-se que três tiros foram direcionados a limusine presidencial, e o último deles foi fatal: atingiu a cabeça. No momento dos disparos, Jacqueline estava ao seu lado no banco de trás e pôde vivenciar a terrível cena.

Seu vestido, que era rosa, ficou repleto de manchas de sangue de seu marido. Mas isso não fez com que ela pensasse, nem por um momento, em trocar sua roupa. Pelo contrário, a mulher decidiu ficaria com a vestimenta por longas horas após a morte de Kennedy.

Nos braços da esposa

Segundos após o tiro, a única reação de Jacqueline foi abraçar o homem enquanto eles eram levados até o hospital Parkland Memorial. A primeira dama segurava sua cabeça mutilada e ainda tinha esperanças de que seu marido sobreviveria.

Ao chegar à unidade hospitalar, Jackie teve que se afastar enquanto os médicos faziam de tudo para salvar a vida do presidente. Todavia, isso não a impediu de ficar próxima ao marido e rezar incansavelmente por sua vida.

Jackie e Aristotle Onassis / Crédito: Getty Images

Orando em um chão ensanguentado, Jacqueline recebeu a triste notícia. Seu marido havia falecido às 13h do dia 22 de novembro de 1963, 30 minutos após ter sido baleado.

O vestido manchado

Com o atestado de óbito, Kennedy foi transferido para o aeroporto mais próximo e sua mulher não saiu do lado do caixão nem por um segundo. Lyndon B. Johnson, que era vice-presidente, e sua esposa, a aguardavam para realizar o embarque no Air Force One.

Chegando ao local, a primeira dama se deparou com uma troca de roupas, mas ainda se recusava a tirar o vestido ensanguentado. Dessa maneira, decidiu apenas lavar o rosto — que também apresentava manchas de sangue.

Levou poucos segundos, porém, para que ela se arrependesse de seu ato. "Um segundo depois, pensei: 'Por que lavei o sangue?' Eu deveria ter deixado lá; deixe-os ver o que fizeram”, alegou ela para um artigo da revista Life.

Dessa maneira, ao chegar a Washington, a mulher sentou próximo ao caixão do falecido. Ela foi questionada sobre a presença dos jornalistas e sobre a questão das fotografias em um momento tão trágico. Como resposta, disse: "Vamos seguir o caminho regular. Quero que eles vejam o que fizeram".

Jackie também fez questão de aparecer com a mesma roupa durante o juramento de Johnson como o novo presidente dos Estados Unidos. Ela atingiu seu objetivo e conseguiu atrair a atenção do público e da mídia, já que sua roupa não deixava — e nem deixaria — que todos esquecessem o que havia acontecido.

Os inimigos de Kennedy

Quando questionada sobre a vida política do marido, Jackie afirmou que ele continha diversos inimigos de direita. Eles o odiavam porque o presidente era católico e não concordavam com suas propostas para o Medicare, um sistema de seguro de saúde.

A ex-primeira dama, e grande parte da população, assumia que o presidente havia sido morto por alguém da extrema direita. Acredita-se que sua mensagem “Quero que eles vejam o que fizeram”, tenha sido destinada aos inimigos políticos de seu marido.

Jacqueline Kennedy, ex-primeira dama dos Estados Unidos / Crédito: Robert Knudsen via Wikimedia Commons

Mais tarde, ao descobrir que Lee Harvey Oswald agiu sozinho para realizar o assassinato de Kennedy, Jacqueline afirmou que seu marido nem teve a satisfação de ser morto por direitos civis. “É, tinha que ser um comunista bobo”, acrescentou.

A bravura de Jackie

Após aterrissar em Washington e aparecer inúmeras vezes na mídia, Jackie foi até sua casa, onde teria que lidar com as inúmeras perguntas de seus parentes.

Ainda utilizando o vestido, a mulher contou diversas vezes o que havia ocorrido naquela tarde e, com isso, revivia cada vez mais o trauma de ter presenciado a morte de seu marido. Sua fraqueza, entretanto, nunca foi presente diante dos amigos e familiares. Ela mantinha sua pose de durona enquanto contava cada detalhe do desfile.

Após as discussões, Jackie foi para o seu quarto e decidiu tirar a vestimenta de uma vez por todas. Chocada com tanto sangue, sua empregada colocou a roupa em uma bolsa que, posteriormente, foi levada até o Arquivo Nacional dos Estados Unidos, onde está guardada até hoje.


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