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Matérias / Segunda Guerra Mundial

Reencontro após os horrores do nazismo: o menino que salvou um bebê durante o Holocausto

Maxwell Smart e seu companheiro de sobrevivência salvaram um bebê; mais de 70 anos depois, ele descobriu o que aconteceu com a criança

Giovanna Gomes Publicado em 13/12/2020, às 09h00

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Maxwell Smart - Divulgação/Cheating Hitler
Maxwell Smart - Divulgação/Cheating Hitler

Durante a Segunda Guerra Mundial, um menino chamado Maxwell Smart e seu amigo salvaram a vida de um bebê enquanto lutavam para sobreviver se escondendo dos nazistas nas florestas.

Contudo, a história que marcou os horrores do Holocausto ganhou desdobramentos emocionantes. Décadas depois, ele participou de um documentário no qual contou sua história de vida e descobriu o que aconteceu com a criança. A história foi revelada através do documentário Cheating Hitler, lançado no ano passado.

Os horrores 

Conforme divulgado pela BBC no ano passado, Maxwell vivia com sua família em Buczacz, cidade ucraniana então parte da Polônia. Ele tinha apenas nove anos quando a guerra começou e desde então passou por inúmeros momentos difíceis.

No ano de 1941, três meses após os alemães terem conquistado sua parte da Polônia, seu pai foi morto e o menino, sua mãe e sua irmã foram presos em um gueto.

Em 1943, quando os três estavam sendo transportados em caminhões durante a 'limpeza' do gueto, fugiu por insistência de sua mãe. Desde então se viu completamente sozinho e nunca mais as reencontrou.

Aos 13 anos, ele passou a viver sozinho nas florestas constantemente se escondendo de ucranianos e nazistas que caçavam judeus.

O companheiro

Certa vez, Smart estava cavando um abrigo quando se deparou com outro menino, que era um pouco mais jovem, andando om roupas esfarrapadas. Seu nome era Janek e logo eles se tornaram grandes amigos.

"Ele compartilhou minhas tristezas, ele compartilhou meus problemas", disse Maxwell em entrevista à BBC. Foi assim que surgiu uma grande amizade, que resultaria em uma narrativa ainda mais impressionante.

A família de Maxwell /Crédito - Divulgação/Cheating Hitler

Um dia, os meninos ouviram tiros. Depois encontraram os corpos de sete pessoas na floresta. Porém, em meio ao horror, se depararam com algo se movendo do outro lado de um rio.

Decidiram cruzar até a outra margem através da água gelada. Não poderiam acreditar na cena que ali encontraram. Era um bebê, que ainda estava repirando nos braços de uma mulher morta.

Eles então levaram a criança para o abrigo. Contudo, a criança não permaneceu no cuidado dos amigos. Enquanto estavam floresta, Smart encontrou uma mulher que dizia ser tia da menina e a levou consigo. Foi a última vez que viu a criança.

No entanto, após o ato heróico, Janek adoeceu e morreu. Desde então, Maxwell passou a se considerar culpado pela morte amigo, já que o havia encorajado a entrar na água gelada.

"Essa foi a maior perda da minha vida. Esse garotinho me ajudou muito a sobreviver à guerra. Minha mãe se foi, minha irmã se foi, meu pai se foi. De alguma forma, aceitei. Ainda não consigo aceitar a morte de Janek," declarou o sobrevivente.

Nova vida 

Em 1944, ele encontrou alguns soldados soviéticos que o levaram para a Romênia e depois Hungria. Em 1948, foi até o Canadá por meio de um projeto de ajuda a refugiados e passou a viver na cidade de Montreal.

Lá, ele se tornou um artista e refez sua vida. Vencendo o passado, nos últimos anos, começou a escrever sobre os horrores que viveu.

A história de Smart e de outros sobreviventes do holocausto foi contada em um documentário de 2019 chamado Cheating Hitler. Para as gravações, a produção contatou a família de Janek, de modo que Smart pode conhecê-los, o que aliviou um pouco a culpa que ele carregava.

Contudo, não parou por aí. Além da família do amigo, a equipe ainda descobriu o que aconteceu com o bebê que Smart resgatou. Assim, viajou com a equipe até Israel, onde se encontrou com a pesquisadora Natasza Niedzielska, quem descobriu o paradeiro da menina. O nome dela é Tova Barkai e agora, já idosa, mora em Haifa.

O emocionante reencontro /Crédito - Divulgação/Cheating Hitler

"Há um nome ligado ao bebê. Há uma vida. O bebê tinha uma família. Ela não é mais apenas um bebê, ela é Tova", disse o sobrevivente.

Assista ao trailer da produção abaixo.